Santa Catarina é o terceiro Estado com maior número de bloqueios nas rodovias federais

Quatro em cada 10 estradas federais onde há protesto de caminhoneiros no Brasil estão na região Sul do Brasil. O levantamento foi feito com base no balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal que mostra que em todo o país há ao menos 556 pontos de manifestação em rodovias federais.

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Mesmo com redução diante das negociações com o governo federal, Santa Catarina é o terceiro Estado com mais pontos nesta segunda-feira, são 68 só nas BRs. O Rio Grande do Sul lidera com 95 estradas, seguido do Paraná, com 84 trechos. A força do protesto no Sul é ainda maior ao se levar em consideração as rodovias administradas pelo governo do Estado. Com isso, Santa Catarina, por exemplo, fica com pelo menos 134 trechos bloqueados. Felipe dos Santos, motorista que está parado às margens da BR-101, em Palhoça, acredita que a mobilização da categoria se deve ao patriotismo do povo da região. Para ele, o fato de Santa Catarina ser um Estado produtor de diversos itens, agrícolas e manufaturados, ajuda a criar uma "questão de identidade" entre o campo e os caminhoneiros, o que fortalece o protesto. — A população está vendo que não há saída. Há aquela história que o Sul é meu país, e eu acho que com essa greve a população tomou mais conta disso. Há uma questão de identidade muito forte — diz. Santos é uma das lideranças do protesto que tem como ponto de concentração um posto de combustíveis na Grande Florianópolis conhecido como Catarinão, próximo do Km 215. O motorista que vive há nove anos na boleia do caminhão conta que o apoio extrapolou a categoria e a população tem ajudado doando comidas para os manifestantes. O alimento é distribuído entre os manifestantes e também para quem é de fora e vai até lá apoiar. A reportagem do DC esteve no local por volta da hora do almoço. No cardápio havia churrasco e arroz carreteiro oferecido, grande parte, segundo Santos, por doações de entusiastas. Segundo ele, desistir da manifestação não está no horizonte, muito por causa de que o pacote de revindicações sequer foi atendido pelo governo federal e que agora a briga da categoria vai além: os motoristas querem reajustes no preço da gasolina e do álcool, redução de impostos e o "fim da corrupção de Brasília".

A força das redes sociais 

Umas das estratégias usadas pelos manifestante para coordenar o movimento no Estado é o uso das redes sociais, principalmente o WhatsApp e o Facebook. Por meio destas plataformas, os motoristas enviam vídeos, áudios e textos sobre como está a situação no momento, bem como qual será o futuro do protesto. Em outro ponto de protesto, em Biguaçu, na manhã desta segunda-feira, cerca de 100 pessoas permaneciam na entrada do terminal de abastecimento da Petrobras. O protesto não chegava a bloquear o acesso ao local, no entanto não havia o movimento de caminhões-tanque para abastecer e distribuir combustíveis. Entre as lideranças do protestos, a principal reivindicação era como seria feito o abastecimento de caminhões para atender serviços básicos nas cidades que compõem a Grande Florianópolis. O grupo decidiu atender somente casos de necessidade, como polícia, bombeiros e ambulâncias. Caminhões particulares para abastecer postos de combustíveis não passarão, disseram. Um caminhão saiu escoltado do terminal de abastecimento da Petrobras. Segundo os manifestantes, o combustível será utilizado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O contato entre as lideranças era feito por meio do celular. Dois caminhoneiros gravaram uma mensagem que foi repassada para os grupos pedindo o engajamento da população. Mantimentos também foram solicitados. A reportagem teve acesso a dois grupos de caminhoneiros. Neles estavam manifestantes de todas as regiões do país. Entre os pedidos, redução no preço dos combustíveis, intervenção militar e qualidade da saúde e educação. O alvo favorito dos integrantes são os políticos, que de acordo com os manifestantes, são "os principais responsáveis pelo caos no país". Apesar desta estratégia, motoristas preferem não se envolver tanto nos grupos. Anderson Felipe Koerich, 29 anos, é um deles. Há 11 diante do volante, ele considera que há pessoas com os mais distintos posicionamentos ideológicos, e é preciso ter discernimento para entender o que é ou não é informação correta. Por isso ele prefere adotar a estratégia de confiar nos amigos do movimento: — Estou deixando o celular guardado, pois há muitos mentirosos. É importante confiar em quem está organizando, que eles têm diversos acessos e assim vão nos comunicando.

Números de bloqueios nas BRs por Estado 

Região Norte ACRE 0 AMAZONAS 0 RONDONIA 6 RORRAIMA 1 AMAPÁ 0 PARÁ 11 TOCANTIS 11 Total: 29

Região Nordeste MARANHÃO 18 CEARÁ 12 PIAUÍ 4 RIO GRANDE DO NORTE 8 PARAÍBA 14 PERNAMBUCO 12 ALAGOAS 3 SERGIPE 5 BAHIA 40 Total 116

Região Centro Oeste GOIÁS 23 DISTRITO FEDERAL 5 MATO GROSSO DO SUL 6 MATO GROSSO 30 Total: 64

Região Sudeste ESPÍRITO SANTO 15 SÃO PAULO 2 RIO DE JANEIRO 24 MINAS GERAIS 59 Total: 100

Região Sul PARANÁ 84 SANTA CATARINA 68 RIO GRANDE DO SUL 95 Total: 247

Fonte: Polícia Rodoviária Federal

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