O secretário de Estado de Governo, Custódio Mattos, disse nesta quarta-feira (20) que a reforma administrativa encaminhada à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pelo governador Romeu Zema é importante para a administração pública e pediu a compreensão de parlamentares e entidades para os objetivos centrais da proposta: aumento da eficiência da máquina, diminuição de custos e alcance de mais resultados com menos recursos.
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Ele participou de audiência pública conjunta das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Saúde, Administração Pública e Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), que lotou o Auditório José Alencar durante todo o dia para discutir a proposta de reforma na presença de gestores, deputados, servidores do Executivo e representantes de entidades.
“Mudanças sempre geram algumas perdas, que em outros momentos poderão ser evitadas. O governo está aberto às manifestações dos deputados e da sociedade, mas com atenção voltada para a contenção de custos”, frisou Custódio.
A expectativa do governo é gerar com a reforma uma economia da ordem de R$ 1 bilhão em quatro anos, sendo R$ 235 milhões por ano. São dois os projetos que tratam do assunto.
O Projeto de Lei (PL) 367/19 prevê, entre outras medidas, a redução das atuais 21 secretarias de Estado para 12, enxugamento da estrutura interna das secretarias em 47% e a extinção de 16% dos cargos em comissão, gratificações e funções gratificadas.
O PL 368/19 trata da incorporação da Escola de Saúde Pública (ESP) à Secretaria de Estado de Saúde, um dos pontos mais criticados por deputados, servidores e entidades.
Dívidas - Também presente, o secretário de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Otto Alexandre Levi Reis, detalhou que, entre outras pendências, o Estado deve R$ 20 bilhões a fornecedores e outros R$ 12 bilhões aos municípios, além de R$ 8 bilhões ao Tribunal de Justiça e mais R$ 2 bilhões aos servidores por conta do não pagamento do 13º salário. “Esta é a situação. Se o Estado fosse uma empresa, já estava liquidado”, observou.
Diante desse cenário, o titular da Seplag disse ser verdade que os cortes previstos com a reforma estão longe de resolver o problema financeiro do Estado.
“Mas são ações pequenas que talvez possam, em dois ou três anos, resolver o problema. Conto com deputados e sociedade para entenderem que, infelizmente, não podemos mais esperar pela Lei Kandir, como o governo anterior fez por quatro anos”, disse ele, referindo-se à norma federal que gerou dívidas da União com Minas e cuja quitação tem sido reivindicada há anos.
A norma isentou do ICMS as exportações de commodities, tirando de estados como Minas Gerais importante fonte de recursos, sem as devidas compensações a cargo da União, previstas pela própria lei.
Titular da Seplag disse que cortes previstos não resolvem situação financeira de MG - Foto: Ricardo Barbosa