
"A companhia induz o consumidor a pensar que o valor da gasolina é menor do que efetivamente é, criando a impressão de que a parcela de tributos é muito superior ao valor do produto em si", diz um trecho da ação. "A pretexto de informar a composição do preço do litro da gasolina, a Petrobras induz o consumidor a pensar que um litro de gasolina tem o custo de R$ 2,00, que seria o valor que remunera a companhia, comparando-o com os demais itens que compõem o preço final", completa.
No texto "Preços de Venda de Combustíveis", a empresa lança um questionamento: "Você sabia que a Petrobras só recebe R$ 2,00 de cada litro de gasolina vendido no Brasil?". A mensagem é acompanhada por um vídeo explicativo sobre o processo de extração e venda do petróleo aos postos, que faz mais uma provocação: "Mas então, onde está a diferença que você paga na bomba?''. A estatal, por fim, atribui o preço elevado dos combustíveis ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) cobrado pelos Estados.
Em nota divulgada à imprensa, a Procuradoria Geral do Estado da Bahia afirma que a mensagem é "publicidade abusiva e que viola os princípios da transparência, confiança e boa-fé".
"Não se pode admitir que, mediante publicidade institucional, a empresa traga informações errôneas que tentam atribuir aos governos estaduais a responsabilidade por sua equivocada política de sucessivas majorações", afirma Paulo Moreno, procurador-geral da Bahia.
Procurada, a Petrobras informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "vai analisar o teor da ação e avaliar as medidas cabíveis".