A alegria no rosto de Raimundo Salvador, de 56 anos, contrasta com a preocupação e a tristeza perceptíveis nas palavras do aposentado: "Estamos fugindo da morte", lamenta. Ele e a esposa Aparecida das Dores, 56, precisaram deixar às pressas a casa recém-construída por conta do risco do rompimento da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, Região Central de Minas Gerais.
A matéria continua após a publicidade

De moto, Raimundo carregou documentos e alguns móveis pequenos da casa nova - que ele mesmo construiu, sozinho, há menos de dois anos - para a antiga. "Como essa mais velha é num lugar alto, resolvemos trazer as coisas para cá", conta. Depois, os dois contrataram um profissional com um caminhão para levar geladeira e colchões.
"Mais ou menos 2h da manhã, os policiais passaram na nossa rua avisando que estávamos em uma área de risco. Aí saímos correndo, ficamos doidos, sem saber o que fazer. Mas Deus sabe o que faz. O importante é a vida", diz Aparecida, que é produtora rural.
Os dois se mudaram do bairro São Benedito para o bairro Santa Cruz. A casa de onde eles precisaram sair fica às margens do rio conhecido como Ponte Paixão, que pode ser afetado em caso de rompimento da barragem em Barão de Cocais.
[caption id="attachment_32137" align="alignnone" width="820"]
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)[/caption]