Vídeo mostra pancadaria na cerimônia de diplomação em Minas Gerais; assista

Um vídeo amador gravado durante a sessão de diplomação dos parlamentares de Minas e do governador eleito Romeu Zema (Novo), realizada nessa quarta-feira (19), no Palácio das Artes, no Centro da capital, mostra uma cerimonialista do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) arrancando um cartaz da mão da deputada eleita Beatriz Cerqueira, momentos antes da briga entre os deputados federais.
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No vídeo, a mestre de cerimônias aparece, em pé e de costas, conversando com a deputada estadual eleita Beatriz Cerqueira (PT), que está sentada. O tom da conversa parece ameno a se julgar pela expressão facial da parlamentar, portadora do cartaz vermelho com a frase "Lula livre". No entanto, repentinamente a cerimonialista arranca a placa da mão da parlamentar, dá as costas e volta ao púlpito do evento.
Nesse momento, Cerqueira se levanta e vai até o presidente da sessão de diplomação e é apoiada pelo deputado federal Rogério Corrêa (PT), que segura um novo cartaz. O também deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL) discute com Rogério, arranca o cartaz de sua mão e inicia-se a troca de socos.
O que aconteceu? 
Beatriz Cerqueira utilizou o Facebook para relatar o acontecimento do seu ponto de vista.
De acordo com a deputada, lhe foi solicitado que retirasse a placa por duas vezes pela mesma mulher. Diante do pedido, Beatriz negou também por dois momentos. A cerimonialista, então, teria lhe dito que seu comportamento estava tumultuando a cerimônia.
"Discordei. Eu estava apenas com a placa. Não tinha feito, até aquele momento, nenhum gesto com ela além de carregá-la comigo. Era a hostilidade de parte do público que estava atrapalhando, incapaz de conviver com pensamentos divergentes do seu. Após ouvir a opinião do deputado estadual que estava ao meu lado e que era favorável que a placa fosse retirada, ela arrancou a placa da minha mão e saiu. Seu comportamento foi aplaudido por parte do público", escreveu na rede social.
Ainda segundo Cerqueira, que afirmou ter buscado no TRE um manual de recomendações para a cerimônia da diplomação, não havia pedido para que se escondesse a identidade partidária, ideológica e de pensamento de algum diplomado.
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"A exceção de estado fica nítida quando uma mestre de cerimônia toma partido, concorda com a opinião de convidados que gritavam na plateia e de outro deputado que estava sendo diplomado e se sente no direito de arrancar das mãos de uma deputada eleita que estava sendo diplomada a sua identidade partidária", opinou.
Procurada, a assessoria de imprensa do TRE-MG informou que  lamenta os incidentes ocorridos durante a Sessão, a partir de ações ou posturas inadequadas por parte dos envolvidos nos episódios, que agiram sem maior reflexão. "A Justiça Eleitoral de Minas Gerais espera que o fato seja superado em respeito às próprias instituições que estavam, direta ou indiretamente, representadas no evento, na expectativa de que o ano de 2019 seja marcado pela busca por plena civilidade e pelo respeito à pluralidade de pensamentos", afirmou a instituição, em nota.
Leia a íntegra da nota do TRE:
A propósito dos episódios ocorridos durante a Sessão Solene de Diplomação dos Eleitos em Minas Gerais, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais esclarece:
Desde o princípio, o processo eleitoral de 2018 foi marcado por tensões e acirramentos de ânimos que fugiram aos padrões de eleições anteriores. Magistrados e servidores da Justiça Eleitoral mineira tiveram extrema dedicação e zelo na condução do pleito, para que tudo transcorresse dentro da normalidade desejável, embora seres humanos sejam passíveis de falhas e erros.
Parte desse processo, a cerimônia de Diplomação foi pensada como um momento solene de encerramento das Eleições, como um ato da Corte Eleitoral, e também de celebração de vitórias para os que estavam presentes. No entanto, fatos inesperados e contrastantes com a tradição de Minas Gerais constrangeram a todos.
Diante disso, o Tribunal lamenta os incidentes ocorridos durante a Sessão, a partir de ações ou posturas inadequadas por parte dos envolvidos nos episódios, que agiram sem maior reflexão.
A Justiça Eleitoral de Minas Gerais espera que o fato seja superado em respeito às próprias instituições que estavam, direta ou indiretamente, representadas no evento, na expectativa de que o ano de 2019 seja marcado pela busca por plena civilidade e pelo respeito à pluralidade de pensamentos.
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais

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