Polícia Civil desarticula braço do PCC 10 integrantes foram presos em 8 cidades de Minas Gerais

De dentro da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e com o auxílio de um celular de cerca de 4 cm, pouco maior que um pen-drive, Anderson Lopes Ferreira, de 41 anos, comandava um dos setores mais importantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas, responsável por arrecadar dinheiro para a facção.
 
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Nesta terça-feira (27), o braço da organização criminosa foi desarticulado pela Polícia Civil com a prisão de dez integrantes em oito cidades do Estado, durante a operação Progresso.
Os suspeitos fazem parte do Sintonia Progresso, que é o setor do PCC que vende principalmente cocaína e maconha para financiar crimes cometidos pelo Comando. O dinheiro arrecadado pelo bando é usado para comprar armas, munição, carros, apartamentos, celulares, pagar “pensões” para mulheres de presos ‘filiados’ ao PCC, financiar regalias na prisão, etc.
“O setor é responsável por controlar bocas de fumo em várias cidades. Com a venda de entorpecentes no varejo, eles conseguem arrecadar quantias para manutenção do PCC”, disse o delegado Marcus Vinícius, titular da 1ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Prisões
Além das dez pessoas detidas nesta terça-feira (27), dois alvos da operação, incluindo Ferreira, já estavam na cadeia. Durante buscas na penitenciária Nelson Hungria, os policiais encontraram o ‘mini celular’ usado pelo suposto líder do bando. Dois menores também foram apreendidos.
A estratégia da Polícia Civil é enfraquecer o PCC desarticulando o financiamento. O grupo comandado por Vieira passou a ser investigado em junho, após a série de ataques a ônibus promovida promovida pela facção em Minas. Na ocasião, a ordem para os atentados veio de São Paulo e cerca de 70 veículos foram incendiados no Estado, em protesto contra o fim de regalias na cadeia e a superlotação.
Líder deve ser transferido
A Polícia Civil informou que deve pedir a transferência de Anderson Lopes Ferreira, suposto líder do setor que financia o PCC em Minas, para outra unidade prisional (o destino não foi informado). A corporação quer saber, agora, com o dinheiro levantado pela quadrilha de Ferreira foi usado. “Comprovantes bancários serão analisados”, disse o delegado Marcus Vinícius.
Pelo menos 43 membros da facção estão presos em Minas, com base nas prisões noticiadas neste ano e no número de suspeitos que estão sendo julgados atualmente na capital.
Especialistas estimam, no entanto, que o número seja maior. Só na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana, há dois pavilhões exclusivos para o PCC, de acordo com fontes ligadas ao sistema prisional. A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) não informa o número de detentos do PCC.
Primeira Fase
Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil realizou a primeira fase da operação Progresso, que resultou na prisão de cinco membros do PCC e apreensão de 100 kg de maconha em Itajubá, no Sul de Minas. A partir daí, a corporação conseguiu informações da atuação do grupo em Varginha e Alfenas, na mesma região. Mais 34 kg de maconha foram apreendidos em outras cidades.

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