Governo de Minas e Gasmig dão início às obras do Gasoduto Centro-Oeste, com potencial para gerar mais de 15 mil novos empregos

Infraestrutura de distribuição de gás natural é novidade no Oeste mineiro, que já abriga importante polo industrial; investimento é de mais de R$ 800 milhões

Betim, Divinópolis, Igarapé, Itaúna, Juatuba, Mateus Leme, São Joaquim de Bicas e Sarzedo. Juntos, os oito municípios respondem por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e 7% do PIB total de Minas Gerais e aproximadamente 1 milhão de habitantes, ou 5% da população do Estado.

Os números demonstram a importância do grupo para a economia mineira que, nesta segunda-feira (4), comemora uma grande conquista: o início das obras do Gasoduto Centro-Oeste.  

Aguardado com muita expectativa pelo setor produtivo e a população mineira, o pontapé inicial da construção foi dado oficialmente pelo Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). O evento, no município de Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), contou com a participação do governador Romeu Zema e outras autoridades.

A região Oeste de Minas abriga um importante polo industrial, mas ainda não possuía uma infraestrutura de distribuição de gás natural, combustível conhecido pela baixa emissão de poluentes. O investimento na ampliação do Sistema de Distribuição de Gás Natural (SDGN) da Gasmig no estado é calculado em mais de R$ 800 milhões, com potencial para gerar mais de 15 mil novos postos de trabalho diretos e indiretos em Minas.

“Este projeto contribui enormemente para o desenvolvimento da região, que está crescendo muito, e com essa fonte de energia vai ter condição de crescer ainda mais. Para mim, é muito bom ver que estamos dando mais um passo para o desenvolvimento do estado. Eu não acredito em milagres; acredito em ações conscientes como essa”, afirma o governador Romeu Zema.

O início dos trabalhos neste mês só foi possível após a aprovação do licenciamento ambiental pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). O projeto validado pelo órgão regulador já constava no plano de investimentos da concessionária para o ciclo tarifário de 2022 a 2026, homologado pelo Estado no contexto da 2ª Revisão Tarifária. 

Dirceu Aurélio / Imprensa MG

Magnitude

O Gasoduto Centro-Oeste é o maior projeto de expansão no segmento desde 2010. Sua construção vai permitir um aumento de cerca de 300 quilômetros de extensão em linhas do sistema, um acréscimo superior a 23% da malha atual da companhia. O potencial de consumo do projeto é em torno de 230 mil metros cúbicos por dia, com captação estimada em 1 mil novos clientes industriais e comerciais.

Os gasodutos serão testados e gaseificados por etapas, possibilitando que o início dos atendimentos aos municípios aconteça antes da conclusão de 100% das obras. Ou seja, na prática, à medida que os trechos forem concluídos, os municípios já poderão se beneficiar do acesso ao insumo.

“Esses investimentos vão trazer uma energia mais limpa e mais barata para consumidores e indústrias da região. Além disso, o gasoduto vai aumentar muito o potencial de atração de investimentos, pois as indústrias, metalúrgicas, siderúrgicas que fazem uso de eletricidade poderão avaliar se vale a pena ou não usar o gás” explica o governador.

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Dirceu Aurélio / Imprensa MG

 

A construção da estrutura vai permitir um aumento de cerca de 300 quilômetros de extensão em linhas do sistema, um acréscimo superior a 23% da malha atual da companhia. A chegada do gás natural às oito cidades representa um grande potencial de geração de riquezas para a economia mineira. Isso devido à importância das indústrias locais, principalmente, em áreas como metalurgia e siderurgia, o que deve contribuir significativamente para elevar o consumo do combustível na região. “Esse projeto vai ser o divisor de águas para a região, porque prepara os municípios para receberem ainda mais investimentos” salienta o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio. A Ciafal (Comércio e Indústria de Artefatos de Ferro e Aço S.A.), localizada em Divinópolis, região Centro-Oeste, aguardava com ansiedade o início das operações do gasoduto. O diretor Industrial da empresa, Ricardo Bento, explica que a rede de dutos poderá contribuir para ampliar a competitividade e os resultados do negócio. “Hoje, dentro do meu custo variável, o gás é o (insumo) que tem o peso maior, cerca de 30% do custo total. Então, qualquer possibilidade que tiver de reduzir esse custo representa demais no resultado operacional da empresa. Esperamos que ele (gás natural) chegue em volumes consideráveis e com custo competitivo”, afirma. Há mais de 60 anos no mercado, a empresa estima uma demanda de gás natural de 800 mil metros cúbicos por mês. Atualmente, a necessidade é suprida pelo uso de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), óleo mineral e gás natural comprimido. Com unidade industrial em Itaúna, o Grupo Simec, outro grande interessado no projeto, iniciou suas operações no setor siderúrgico em 1969, em Guadalajara, no México. A instalação da empresa no município mineiro resultou de um plano de expansão a novos mercados, que identificou no estado potencial para ampliação dos negócios. A projeção do grupo é a de que o gasoduto não só aumente a competitividade da empresa, mas que também possa ajudar a reduzir a poluição e a emissão de gases para o meio ambiente. “Temos uma expectativa grande em função da demanda que temos de gás. Hoje, a gente opera com GLP em função da viabilidade, porque o gás natural transportado por carreta inviabiliza o processo. Esperamos que, com o gasoduto, haja redução de custo e mais competitividade pra gente, além de segurança operacional”, avalia o gerente da usina de Itaúna do Grupo Simec, Giuliano Dornas. A empresa consome, atualmente, 330 mil metros cúblicos de gás por mês.

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Além das indústrias, o comércio, de modo geral, bem como o segmento veicular - com a captação de novos postos para venda de GNV - e o residencial são outras apostas de grande demanda da Gasmig.

Investimento em operação

O Governo de Minas já vinha empenhando esforços e recursos no projeto do gasoduto. Até 2023, a Gasmig investiu cerca de R$ 250 milhões na aquisição de materiais como tubos, válvulas e conexões. 

O montante foi utilizado também na construção do gasoduto, pagamento e indenização do desimpedimento de terrenos impactados pela implantação da faixa de servidão, além da elaboração de projetos de engenharia e estudos ambientais.

Para este ano, ainda é esperada a execução de mais R$ 240 milhões relacionados aos serviços de construção da Linha Tronco, além do início das obras das Linhas Laterais. O restante será utilizado nos anos de 2025 e 2026, de acordo com a evolução das obras.

“O Gasoduto Centro-Oeste será mais uma medida catalisadora do desenvolvimento para a população local que repercutirá na economia de todo o estado. De maneira estratégica, a Rede de Distribuição de Gás Natural já está concentrada em municípios que correspondem, atualmente, a mais de 50% da produção industrial de Minas Gerais. Esse também é o caso do projeto que está sendo desenvolvido no Centro-Oeste, região que abriga um importante polo industrial e arranjos produtivos de Minas”, destaca o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Passalio.

Mãos à obra 

A implantação do Gasoduto Centro-Oeste começou pela construção da Linha Tronco, dividida em dois lotes de execução simultânea. Em um primeiro momento, haverá frentes de serviço nos municípios de Betim, Mateus Leme e Divinópolis.

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