Mochila e objetos pessoais encontrados no Vale do Javari são de Dom e Bruno, diz Polícia Federal

Pertences do jornalista e do indigenista são localizados pelo Corpo de Bombeiros em área de difícil acesso, afirma PF

Um sentimento de consternação tomou conta de indígenas do Vale do Javari, na Amazônia, no fim da tarde de sábado (11), com a localização pelo Corpo de Bombeiros de uma mochila e outros objetos pessoais que, segundo a Polícia Federal, pertencem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista Dom Phillips, desaparecidos há uma semana.

Os materiais foram encontrados em uma área alagada, de difícil acesso, no Rio Itaquaí. O local é próximo à região em que eles faziam o caminho de volta de uma incursão à comunidade ribeirinha de São Rafael para Atalaia do Norte. Foi nessa comunidade que os dois foram vistos pela última vez no último dia 5.

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Em nota divulgada na noite deste domingo (12), a Polícia Federal informou que na mochila havia um cartão de saúde, uma calça, um chinelo e um par de botas pertencentes a Bruno. Também tinha um par de botas e uma mochila com roupas de Dom Phillips. Bombeiros informaram à reportagem que a mochila de marca Equinox continha ainda um notebook e diversos livros. “No esforço de busca foram percorridos cerca de 25 km, com procuras minuciosas pela selva, em trilhas existentes na região, áreas de igapós e furos do Rio Itaquaí”, destacou a PF no comunicado.

A polícia ainda informou que localizou uma embarcação “aparentemente” de propriedade de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, que se encontra com prisão temporária. Ele é investigado pelo desaparecimento de Bruno e Dom e teria perseguido o barco dos dois.

A princípio, a mochila foi mostrada por militares a indígenas que acompanhavam os trabalhos de busca e que conheciam ambos. Eles afirmaram que os materiais eram semelhantes aos que costumavam ser usados pelo indigenista e pelo jornalista em expedições. Os achados foram levados em um helicóptero do Exército para que fossem periciados. A princípio, segundo delegados federais, a investigação seria feita em Manaus.

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Desde sábado as equipes de busca trabalhavam a partir de uma observação feita por indígenas sobre as condições de um trecho da mata em uma margem do Itaquaí. A vegetação indicava a passagem de uma embarcação por ali, numa manobra pouco usual.

Neste domingo, os trabalhos foram retomados. Segundo o chefe das operações da Marinha em Atalaia do Norte, Ricardo Sampaio, a área vasculhada tem cerca de 100 km². Pela primeira vez, as ações militares foram realizadas em conjunto com os indígenas.

O objeto foi encontrado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Amazonas. Eles só conseguiram acessar a área quando recorreram a um barco capaz de navegar em áreas muito rasas. “Tivemos a grata satisfação de ter êxito e encontrar uma mochila. Nessa mochila, tinha notebook, todos os pertences, meias, camisas, bermudas”, disse um porta-voz do Corpo de Bombeiros, em Atalaia do Norte. Além da mochila, as equipes de busca encontraram uma lona semelhante à que estava na embarcação usada pelos desaparecidos.

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Objetos foram colocados dentro de um saco branco e levado pela Polícia Federal para perícia Foto: Wilton Junior/Estadão

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