
- 01/05/2025 - Itapecerica/MG
Greve diminui só no discurso do governo, e país segue parado
26/05/2018 18:25
1370 Visitas
Quando anunciou, na noite de quinta-feira, um acordo com lideranças dos caminhoneiros, em greve desde segunda-feira, o governo imaginava ter conseguido desmobilizar o movimento. Em Belo Horizonte, o presidente Michel Temer, em evento da Fiemg, informava um desfecho para a paralisação benéfico para os grevistas. Sexta-feira (25), na avaliação do governo, seria de estradas sendo desbloqueadas e com o abastecimento começando a se regularizar.
A matéria continua após a publicidade
Mas não foi o que se viu. Pela manhã, o número de pontos de bloqueio chegou a crescer, mais de 519, além até do que acontecera na noite de quinta, quando não atingiu 500. Com uma liderança muito difusa, o que se ouvia dos caminhoneiros parados nas estradas era que o acordo fechado com o governo não servia.
O quadro de caos que começou a se formar no início da semana se agravou. Em todo o país, postos de gasolina fecharam, por falta de combustível. Sem conseguir rodar, ônibus começam a ficar nas garagens. Sem insumos, fábricas fecharam. Medicamentos e alimentos começam a faltar em farmácias e supermercados. Hospitais chegaram a cancelar cirurgias.
O governo resolveu apelar às forças de segurança, que incluem Forças Armadas e a polícia, para desbloquear estradas. “Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e solicito que os governadores façam o mesmo. Não vamos permitir que população fique sem itens de primeira necessidade, que consumidores fiquem sem produto, que hospitais não funcionem”, afirmou o presidente Michel Temer, em pronunciamento no início da tarde. Segundo ele, uma minoria radical bloqueava as estradas. Mas, em todo o país, os caminhoneiros continuaram unidos na paralisação e contando com amplo apoio popular.
Depois do anúncio feito pelo governo, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), a principal entidade contrária ao acordo com o governo federal, pediu aos motoristas que liberassem as rodovias interditadas. A entidade sugeriu, porém, que continuassem as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias. E foi o que aconteceu. O clima entre manifestantes e forças de seguranças foi tranquilo em todo o país.
Dois ônibus da Força Nacional, várias viaturas e dezenas de agentes estavam circulando pela BR–040 na tarde de sexta-feira, mas em nenhum momento abordaram os caminhoneiros no local onde estavam fazendo o bloqueio, na altura do KM 500. Mesmo com a ordem do presidente Michel Temer para uso da força para liberar rodovias e determinação do Supremo Tribunal Federal para desobstruir até o acostamento, os caminhoneiros não estavam preocupados com uma ação policial.
“Não existe lei que nos obrigue a ligar o nosso caminhão e seguir viagem. Estamos parados no posto. Nem estamos no acostamento. O que eles vão fazer? Obrigar a gente a entrar no caminhão e dirigir? Não tem como”, afirmou o caminhoneiro Itamar Bicalho, 41.
O caminhoneiro Anderson Feitosa, 42, afirma que não tem como o movimento ser encerrado se o governo não ceder. “O preço do diesel continua nas alturas”, disse.
O Tempo
.

Siga-nos no Instagram, Threads, Facebook, Twitter e entre para nosso grupo no WhatsApp
Leia também
DN