Reportagem da Record revela adulterações feitas nos boletins de ocorrência da PMMG, para manipular estatísticas de crimes violentos

Após o Balanço Geral MG mostrar denúncias sobre adulteração de boletins de ocorrência, diversos militares procuraram a Record TV Minas para fazer mais denúncias. Eles alegam que existe um esquema de manipulação de estatísticas criminais em Minas e relatam episódios de assédio moral e sexual dentro da corporação.
Em fevereiro deste ano, o DestakNews publicou uma matéria das estatísticas divulgada pelo governo de Minas Gerais. São estatísticas que não condizem com a realidade, através de manipulação dos boletins de ocorrências, são geradas as estatísticas com números de crimes violentos bem abaixo da realidade e assim passando para a sociedade uma falsa sensação na redução dos crimes violentos. Leia Também "Manipulação nas estatísticas "PM de Minas estaria maquiando estatísticas de criminalidade Os números divulgados pelo governo de Minas, contradizem a realidade: Quando divulgada a queda nos números de crimes violentos em Minas Gerais, estes resultados são baseados nas estatísticas pautadas pelos Boletins de Ocorrências. Muitas das ocorrências de tentativas de homicídios provenientes de disparos de arma de fogo bem como o uso de arma branca/faca, em que a vítima não vai a óbito; é classificado como lesão corporal.   Sendo assim, a lesão corporal não entra nas estatísticas de crimes violentos. Vale ressaltar que, quando um indivíduo efetua disparos de arma de fogo contra outra pessoa e mesmo que a vítima não seja atingida, tem que ser considerado como, tentativa de homicídio, no qual o autor teve a intenção de eliminar o alvo. Quando criminosos efetuam disparos de arma de fogo contra policiais em serviço e mesmo que estes policiais não sejam atingidos, a natureza do registro é, homicídio tentado contra policiais, ou seja, tentativa de homicídio. A vida de um civil ou de um policial, tem o mesmo valor, por tanto não deveria haver tal discrepância. Recentemente um cidadão durante um desentendimento em uma cidade de Minas Gerais, foi atingido no lado esquerdo do tórax por uma facada, ficando a vítima em estado grave. A princípio, o boletim de ocorrência estava sendo registrado como lesão corporal, mas, após a vítima ser transferida para um hospital de outra cidade, este veio a óbito, fato que, muda o histórico do registro, passando de lesão corporal, para homicídio consumado, mas se a vítima não tivesse evoluído paro óbito, seria apenas lesão corporal. Fatos como estes acontecem rotineiramente, quando uma pessoa comum é vítima de tentativa de homicídio, que é um crime violento, mas para não aumentar as estatísticas dos crimes violentos, a natureza do registro passa a ser, lesão corporal e não tentativa de homicídio. Essa é uma orientação que parte do governo do estado e que já vem de alguns anos, para tentar mostrar para a população uma realidade fantasiosa.   Vamos aos fatos: Como um estado consegue reduzir a criminalidade com um número de policiais cada vez mais decrescente! Ou seja, temos na Polícia Militar de Minas Gerais, um número de baixas significativas. Como mortes de militares, por suicídio, acidentes, confrontos, afastamentos médico, entre outros. Porém, a reposição do efetivo, não acompanha a mesma velocidade das perdas. A pergunta é, com um número baixo no efetivo, tanto da polícia militar quanto da polícia civil no estado de Minas Gerais, qual á mágica para se obter tais resultados apresentado pelo Governo do estado? A única alternativa é, a maquiagem dos números de crimes violentos. Por mais que haja prisões e apreensões de armas e drogas, os números de armas não deixam de aumentar e consequentemente, os crimes também aumentam. No mundo do crime, não há dificuldades para adquirir armas de fogo e drogas, que em sua maioria são importadas do Paraguai pelos criminosos, por termos uma justiça tão branda no Brasil, o resultado é, a polícia sempre enxugando gelo. Ainda estamos longe da realidade que queremos e não será maquiando os números da violência que iremos solucionar o problema da segurança pública. Para isso é necessário urgentemente, que os políticos mudem para melhor as leis existentes e que tais leis, sejam realmente aplicadas. Mas, como ainda não existe força de vontade para melhorar este quadro no Brasil, continuaremos no fundo do poço. Empurrar a sujeira para baixo do tapete, não é a solução dos problemas, até porque a realidade é bem diferente do que diz as estatísticas; e as autoridades sabem muito bem disso.
 

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