
- 13/05/2025 - Itapecerica/MG
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Para Abrasel-MG, futuro dos estabelecimentos vai depender da manutenção das restrições; quem já encerrou atividade diz que não se arrepende e que cenário ainda é incerto.
Uma lista que circula nas redes sociais tem mostrado bares e restaurantes notáveis na capital mineira que fecharam as portas definitivamente ao longo dos arrastados meses de quarentena. O documento foi criado, inicialmente, pelo empresário Matheus Daniel, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), e, de tanto ser compartilhado nas redes sociais por outros empresários, acabou ganhando novos nomes – o último a ser adicionado foi o tradicional restaurante Vecchio Sogno, que anunciou o encerramento de suas atividades na última terça-feira (19), após 25 anos de funcionamento.
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Com cerca de 80 nomes, a lista representa uma pequena parcela dos 3.500 estabelecimentos que fecharam só durante a pandemia na capital mineira. Alguns dos mencionados na lista, entretanto, já haviam sido fechados bem antes da crise provocada pelo coronavírus, iniciada em março do ano passado – caso dos restaurantes Gomide, Mes Amis, O Tinto e Mon Caviste. Outros que estão na lista, como o Dub, que ficava no Maletta, apenas deram uma pausa nos serviços após o faturamento cair, mas prometem retornar.
Mesmo assim, só em BH, o fechamento dos estabelecimentos já representa mais de 30 mil empregos perdidos desde março de 2020, segundo dados da Abrasel. Empresários como Maki Sangawa, proprietário do Dona Tomoko, no Sion, fecharam as portas na pandemia. Desde julho, o chef e empresário ainda avalia o atual cenário na cidade para decidir o próximo passo. “Vejo muitos outros empresários do setor acumulando prejuízos. Ainda sinto que não é um ambiente seguro para abrir e investir em um novo lugar”, disse.
Segundo o presidente da Abrasel-MG, a estimativa é que pelo menos outros mil bares e restaurantes ainda encerrem suas atividades nos próximos meses. “Tudo vai depender das restrições que ainda serão mantidas. O ambiente de incertezas, como restrições de horário e de venda de bebida alcoólica, faz com que o ritmo da retomada seja mais lento que em outras capitais”, antecipa Daniel.
O chef Ivo Faria, proprietário do Vecchio Sogno, é outro que considera incerta a situação atual. “Não sabemos o dia de amanhã. Não podemos pensar em futuro, mesmo com vacina”, acredita. Após o fechamento do comércio no início da pandemia, chef Gael Paim, que era sócio das casas Baixo Lourdes, Butchery, Eat 1877, Coal BBW, Sliders e Burguinho do Gael, optou por sair da sociedade de todos os estabelecimentos em agosto passado. O cenário, para ele, ainda é de pessimismo. “Acredito que a tendência é de piora”, avalia. “Não creio em um retorno próximo, acho que as coisas estão acontecendo a passos curtos”, emenda.
Empresários e Abrasel criticam recuo
Belo Horizonte é a única capital do país em que o consumo de bebidas alcoólicas nos bares e restaurantes é proibido. No dia 12 de dezembro do ano passado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) voltou a vetar o consumo de bebidas alcoólicas nos bares e restaurantes, medida que seguiu orientação do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19.
A decisão contrariou a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG). Matheus Daniel, presidente da entidade, explica que entre 50% e 60% do lucro dos bares da capital é referente ao consumo de bebida alcoólica e que o próximo passo da entidade é exigir que bares e restaurantes sejam reabertos na primeira fase da próxima flexibilização. “A proibição leva o cliente para a clandestinidade, e isso, sim, é um grande entrave”, acredita.
Empresários do setor pedem a flexibilização do horário de funcionamento até as 23h e a venda de bebida alcoólica para consumo no local. “O cenário da retomada é diferente e muito mais lento. Somos a favor da punição para quem quebra os protocolos impostos contra a pandemia. O que precisamos é que a fiscalização seja mais efetiva nos bares. A multa sempre é aplicada para o empresário e nunca para o cliente que desobedece às regras”, pondera o presidente da Abrasel-MG. (LKM)
