Críticas Levam Governo de Minas a Reverter Corte de Combustível para Viaturas da Polícia Militar

Após uma onda de críticas sobre os cortes de verbas para o abastecimento de viaturas, o Governo de Minas Gerais recuou e anunciou a destinação de R$ 5 milhões adicionais para a Polícia Militar. A medida foi revelada pelo secretário de Estado de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta segunda-feira (18).

A audiência, presidida pelo deputado Sargento Rodrigues (PL), líder da Comissão de Segurança Pública, expôs a tensão entre a administração estadual e as forças de segurança. Durante a reunião, o deputado expressou sua insatisfação por a revisão dos cortes ter contemplado apenas a PM, deixando a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros Militares de fora.


 

A Situação Financeira do Estado e a Defesa dos Cortes

 

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O secretário Luiz Cláudio Gomes justificou os cortes, afirmando que a situação financeira do Estado é delicada. "A situação financeira do Estado não é fácil e não é à toa que fizemos esse contingenciamento de R$ 1 bilhão", declarou. Ele explicou que o Comitê de Orçamento e Finanças (Cofin) recomendou um corte geral de despesas para todas as áreas do governo em 2025, por meio de um decreto. No entanto, o secretário ressaltou que a decisão sobre quais áreas seriam afetadas coube a cada órgão, não ao Cofin, que apenas determinou o valor total a ser contingenciado.

"Não temos capacidade de tratar neste nível de detalhamento", disse Gomes.


 

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Polícia Civil e Bombeiros Aguardam Solução

 

Apesar da liberação de verbas para a Polícia Militar, o governo ainda não fechou um acordo com as outras forças de segurança. Segundo o secretário, há tratativas em andamento com a Polícia Civil para "avaliar a real necessidade" de rever os cortes. Já em relação ao Corpo de Bombeiros, o superintendente central de Planejamento e Orçamento da Seplag, Túlio Gonzaga, afirmou que a corporação ainda não entrou em contato com a Seplag. "Se for necessário, a gente vai avaliar", garantiu.

O deputado Sargento Rodrigues, no entanto, alertou para o perigo que a falta de combustível representa para a segurança pública. Ele destacou que a Polícia Civil tem sua capacidade de investigação prejudicada e que os Bombeiros não podem deixar de prestar socorro por falta de recursos. "Não dá para aceitar passivamente que o cidadão que paga imposto não tem uma viatura para atendê-lo", criticou, enfatizando que a inércia do governo favorece o avanço de organizações criminosas no estado.

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Rodrigues mencionou o aumento da presença de facções criminosas do Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho, que, segundo ele, têm se estabelecido em comunidades de Belo Horizonte, como a Cabana do Pai Tomás, Serra e Morro das Pedras.


 

Debate sobre Benefícios Fiscais

 

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O parlamentar também questionou a lógica do governo de cortar verbas essenciais enquanto mantém os benefícios fiscais, que em 2025 somaram cerca de R$ 25,2 bilhões. "Ou o governo não conversou com eles [os dirigentes dos órgãos de segurança], ou eles estão tomando uma decisão que vai botar o governo na fogueira", disparou. Ele protocolou requerimentos pedindo aos chefes da PM, Polícia Civil e Bombeiros que apresentem o detalhamento dos cortes.

Em sua defesa, o secretário Luiz Cláudio Gomes argumentou que os benefícios fiscais são uma "política pública de geração de emprego e investimento" e que não devem ser demonizados. Ele frisou que a reforma tributária, que prevê o fim da guerra fiscal em 2032, torna urgente atrair empresas para Minas Gerais. "É o momento de atrair as empresas aqui para Minas Gerais, pois nós achamos que depois que elas se estabelecem, elas ficam", concluiu.

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