Um Relatório de Segurança de Barragens (RSB) emitido no mês passado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), referente a 2109, retratou a situação das barragens em todo país e três estruturas que aparecem no documento pertencem à Nacional Grafite, em Itapecerica. Segundo o documento, todas elas estão classificadas em baixo risco e são fiscalizadas constantemente.
A publicação aponta que em 2019 houve 12 relatos de acidentes e 58 incidentes com barragens em 15 estados, o que significa, segundo a ANA, ser a maior quantidade de registros desse tipo em relação a relatórios anteriores, o que preocupa os órgãos fiscalizadores e explica a necessidade de relatórios frequentes.
O mais grave dos acidentes, também de acordo com a Agência, ocorreu em 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho, com o rompimento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, que resultou em 270 mortos e mais de 40 mil pessoas afetadas.
Barragens em Itapecerica
O relatório apontou com detalhes a situação das barragens em todo país. Da região Centro-Oeste, apenas as três barragens em Itapecerica aparecem na lista. As barragens pertencem à Nacional de Grafite e, por se tratarem de barragens de mineração, são cadastradas na Agência Nacional de Mineração (ANM) e na Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).
O relatório mostrou que todas são de baixo risco, no entanto, com alto dano potencial. São barragens reguladas e que têm revisões periódicas, sendo que a última ocorreu em dezembro de 2019 e apontou situação regular das estruturas.
Segundo o que o G1 apurou com a Nacional Grafite, as barragens comportam rejeitos de mineração constituídos com 80% de areia, sendo que uma está em operação e duas já em processo de descomissionamento. A que está em operação tem tamanho médio e comporta 950.000 metros cúbicos. Ela funciona desde 1995.
Ainda segundo a mineradora, todas contam com garantia de estabilidade assegurada por auditores externos e nunca apresentaram problemas.
O relatório da ANA também apontou regularidade nos quesitos de segurança das estruturas. E mesmo diante de uma situação de baixo risco.
Protocolos de segurança
De acordo com a mineradora, entre os protocolos de segurança estão os treinamentos de evacuação que ocorrem externamente uma vez ao ano e internamente duas vezes ao ano.
Os simulados de evacuação externos são realizados em conjunto com Prefeitura, Defesa Civil, Equipe de Segurança da estrutura, colaboradores do empreendimento e a população compreendida na Zona de Autossalvamento (ZAS).
Já os treinamentos/simulados internos são realizados junto à equipe de segurança de barragem, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e funcionários.
Em caso de possível rompimento, a cidade de Itapecerica não seria afetada diretamente por estar localizada em nível diferente da barragem, segundo o que detalhou a mineradora.
Treinamento de evacuação
A empresa realizou no ano passado um simulado de evacuação em atendimento à Política Nacional de Segurança de Barragens. Ocorreram testes com as sirenes de alarme, componentes do Sistema de Alerta de Emergência, instaladas na região da Barragem B4 e na zona rural adjacente.
O objetivo dos testes, segundo a mineradora, é sempre de conscientizar os moradores da região a respeito do alerta emitido pelas sirenes, acompanhado de mensagem de voz, simulando a evacuação da área, conforme consta do plano de emergência da Barragem B4.
O simulado tem a finalidade de orientar as pessoas, que estão dentro da zona de autossalvamento, sobre como proceder em caso de emergência.