Três pessoas foram detidas e ruas precisaram ser interditadas. Ação começou pela manhã, quando fiscais da Prefeitura atuaram na Praça Tubal Vilela contra aglomeração.
Um confronto entre policiais militares e ambulantes de Uberlândia foi registrado na tarde desta quarta-feira (5), no Centro da cidade. Um trecho da Avenida Afonso Pena foi interditado, pessoas foram detidas e a PM deu tiros com balas de borracha para dispersão.
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O tumulto começou na Praça Tubal Vilela, depois que uma força-tarefa da Prefeitura foi feita pela manhã para coibir aglomerações durante o estado de pandemia da Covid-19. Na ocasião, houve protesto dos ambulantes e a PM esteve no local para dar apoio e garantir a ordem.
Já no início da tarde, um novo confronto foi registrado, entre as ruas Duque de Caxias e Machado de Assis, quando o trânsito precisou ser interditado. Dezenas de pessoas manifestaram a favor dos ambulantes.
Imagens feitas por uma pessoa que estava no local, e não quis ser identificada, mostram a confusão (veja vídeo abaixo).
Clique aqui para assistir o vídeoA PM informou que, quando fiscais tentaram abordar os ambulantes, três pessoas resistiram e jogaram objetos contra as guarnições, obrigando veículos a pararem na pista. Ainda conforme a polícia, os envolvidos depredaram locais públicos e incitaram a população contra os militares.
Por volta das 14h30, o trânsito na avenida foi liberado e o tumulto encerrado.
Fiscalização
Pela manhã, agentes fiscais da Prefeitura estiveram na Praça Tubal Vilela em uma força-tarefa para evitar aglomerações e descumprimento das normas em combate ao novo coronavírus.
A ação contou com apoio da Polícia Militar, que informou que, em ocasião anterior, um fiscal foi agredido por um dos ambulantes.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura explicou que foi feito o trabalho de fiscalização e reforçou que a população deve cumprir medidas de prevenção ao contágio do novo coronavírus, obedecendo as diretrizes de saúde pública. Destacou ainda que a desobediência às ordens legais de servidores públicos é crime com pena de até seis meses de prisão.
Polícia Militar
Sobre o confronto registrado durante a tarde, a PM disse que informações serão repassadas em uma coletiva de imprensa agendada para esta quinta-feira (6).
Durante a manhã, em relação ao tumulto na Praça Tubal Vilela, o capitão Leandro Menezes disse que a PM atuou para garantir o poder de fiscalização dos agentes fiscais da Prefeitura e promover a segurança dos envolvidos, ou seja, ambulantes e fiscais da Prefeitura.
"Hoje não houve emprego de força. A ação se resumiu com a presença policial, que foi suficiente para resolver a situação. Algumas mercadorias foram apreendidas pelos fiscais e os ambulantes rebelaram-se e passaram a emitir gritos, palavras de ordem e fecharam a Rua Duque de Caxias e Avenida Afonso Pena. A polícia foi ao local para controlar a situação. Houve correria e dois ambulantes foram contidos e a situação controlada, ninguém ficou ferido", concluiu.
Explicações
Estrangeiros na cidade
Durante coletiva na quinta-feira (6), o procurador Fernando Martins, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), falou sobre questões envolvendo estrangeiros no país e problemas sociais enfrentados por eles.
“Esse choque de valores vem antes da pandemia. Precisamos entender que essas pessoas estão aqui porque foram acolhidas pelo Brasil e o país demonstra uma maturidade. Mas as políticas públicas não trazem perspectivas para essas pessoas serem acolhidas. É um problema em todo o Brasil”, declarou.
Ele também reforçou que a fiscalização é feita com respaldo do MPMG. "Recebi denúncias pelos fiscais que demonstraram receio de trabalhar. Todos são muito preparados, eles só saem para fiscalizar com portarias. Nós damos chance para quem está sendo fiscalizado, só demos instauramos processos", disse.
Intervenção da polícia
Segundo o comandante do 17º Batalhão da PM, Tenente-Coronel Wesley Rodrigues, uma ação de fiscalização na região central foi planejada com a Prefeitura, voltada aos ambulantes que ocupavam de forma irregular praças e calçadas.
O tenente também afirmou que a confusão na tarde de quarta-feira começou após os senegaleses tomarem conhecimento de que os produtos deles seriam apreendidos.
“Eles disseram que não deixariam levar o material. Quando os fiscais recolheram, os ambulantes intimidaram as equipes e não deixaram os fiscais saírem com veículos do local”, explicou.
Nesse momento, conforme disse a polícia, duas pessoas danificaram veículos oficiais e a polícia reagiu.
Prefeitura
O secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, João Júnior, disse durante a coletiva que fiscalizações são feitas desde março para evitar aglomerações e garantir cumprimento das normas de combate à Covid-19.
“Na região central, foram três meses agindo tranquilamente, pois nosso intuito não é apreender mercadorias, mas orientar os comerciantes sobre cumprir as leis municipais. Mas, recentemente, os fiscais começaram a receber ameaças verbais e serem hostilizados. Tentamos diálogo e não conseguimos. Então pedimos apoio da polícia”, justificou.