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Polícia Civil esclarece análises periciais em caso de mulher encontrada esquartejada em 22 partes
28/07/2020 00:18
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Desde que tomou conhecimento, na última sexta-feira (24), do encontro de uma mala contendo o corpo esquartejado de uma mulher, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Médicos-Legistas e Peritos Criminais da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) trabalharam intensivamente no caso para esclarecer todos os fatos e, consequentemente, na rápida identificação da vítima.
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Conforme explicou o Perito Criminal João Bosco Silvino Júnior, o primeiro a atender a ocorrência, a determinação da fórmula datiloscópica no local do fato foi fundamental para identificação da vítima e sequência das investigações. “Foram localizados um total 22 segmentos, dentre eles: tronco, seios direito e esquerdo, antebraços, braços, mãos, pés, pernas e coxas direito e esquerdos, fígado e outras partes, cuja identificação não foi possível no local. Ao serem localizadas as mãos, foi feita a coleta das impressões digitais no local para a determinação da fórmula datiloscópica”, detalhou o Perito.
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Ainda, de acordo com João Bosco, finalizada a busca das partes do corpo, não foram localizados os demais órgãos da cavidade abdominal nem a cabeça. “Iniciamos a análise de todos os tecidos que foram abandonados com o corpo, identificando diversas peças de roupas masculinas, femininas e uma camiseta infantil masculina. Foram encontradas também duas capas de colchão bastante ensanguentadas, vários lençóis e tecidos com intensa impregnação sanguínea, indicando que a vítima teria sido morta e cortada sobre a cama”, explicou.
Durante o trabalho de análise dos vestígios, foi encontrada uma carteira escolar do sistema Educação de Jovens e Adultos (EJA), apresentando o nome do possível suspeito. Foi feita, então, pesquisa junto aos sistemas informatizados, o que legou a Polícia a apenas uma pessoa em Santa Luzia com aquele nome, que apresentava fórmula datiloscópica semelhante a determinada a partir das mãos da vítima. A PCMG recolheu todos os vestígios de interesse criminalístico, que foram levados para o Instituto de Criminalística (IC) para custódia. Posteriormente, na casa onde teria a praticado o crime, a perícia técnica conseguiu identificar manchas de sangue visíveis em uma das duas espumas de colchão que estavam em um dos quartos da moradia. Um automóvel, que poderia ter sido utilizado para transportar o corpo, foi levado também ao IC, onde, após exame de luminol, apresentou novas manchas de sangue.
Exames no corpo
Os segmentos corpóreos foram submetidos a detalhado exame antropológico e de DNA, além de toxicológico e de reação vital. Já nesse domingo (26), deu entrada no Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IML), em Belo Horizonte, uma cabeça, com provável conexão com os demais segmentos, que também passou por perícia.
O Médico-Legista e Antropólogo Forense Alexander Santos Dionísio explica que, no IML, foi repetido o exame papiloscópico, que consiste na análise das digitais, para se chegar à identificação da vítima com precisão. “Colhemos várias amostras dos segmentos para proceder à perícia. Dentre elas, foram recolhidos fragmentos de tecido mole para DNA, fragmentos e secreções para exame toxicológico, fragmentos para exame anatomopatológico e de reação vital”.
Ainda, de acordo com o Médico-Legista, o que chamou a atenção em uma análise preliminar foi que os segmentos foram encontrados seccionados a nível das grandes articulações do corpo, tanto dos braços quanto das pernas.
Perfil psicológico
De acordo com o Médico-Legista e Psiquiatra Forense Daniel Moreira de Carvalho, o suspeito deverá passar posteriormente por uma avaliação psiquiátrica. Esse exame pode ser uma avaliação de sanidade mental, dependência toxicológica ou superveniência de doença mental. “Para todas essas avaliações, é necessário um pedido da autoridade policial responsável pela investigação. Portanto, somente após a conclusão do inquérito é que o suspeito poderá ser submetido a tais exames”, informou. “Isso ocorre porque é de suma importância conjugarmos os elementos colhidos no curso da investigação, às vezes até na fase processual, para determinarmos um perfil psicológico do investigado”, completou.
As investigações do caso seguem em andamento e novas informações serão divulgadas em momento oportuno.

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