O acusado confesso de assassinar a adolescente Maria Eduarda, em Formiga, no último dia 2, não ganhará liberdade após os 30 dias de prisão preventiva, afirmou o delegado Luís Paulo, titular da Delegacia de Crimes contra Pessoa, da Delegacia de Polícia Civil de Formiga. Ele é quem está à frente da investigação do crime, que repercutiu nacionalmente, causando imensa comoção.
Em entrevista ao TRIBUNA, o delegado disse que está dando toda a atenção necessária para concluir o inquérito dentro do prazo, que vai até o próximo dia 7. Esta é a data até a qual o documento deve ser entregue ao Tribunal de Justiça para que o processo judicial seja iniciado. Caso o inquérito não seja entregue no prazo, há a possibilidade do acusado ganhar liberdade por meio de recursos judiciais.
Luís Paulo disse que pretende concluir o inquérito e enviá-lo à Justiça até o próximo dia 26. Ainda falta anexar o laudo do local do crime, que está sob a responsabilidade da Seção de Perícias da Delegacia e também o laudo de necropsia, de responsabilidade do Instituto Médico Legal. Demais perícias, como a de DNA, que foi pedida pelo delegado para comprovar fisicamente a ligação do acusado com o crime, apesar dele ter confessado, serão anexadas depois. “Posteriormente vou relatar o procedimento, que é um resumo de tudo que ocorreu no decorrer da investigação e vou enviar para a Justiça”, explicou.
Prisão
O acusado pelo crime, um jovem de 26 anos, foi preso no último dia 8, em Formiga. Na ocasião ele prestou depoimento ao delegado Luís Paulo e confessou o crime fornecendo detalhes.
Segundo o delegado, ele disse que não conhecia a adolescente e que a abordou para roubar o celular que ela estava usando. Após segui-la por um longo percurso, da Avenida Abílio Machado até próximo ao Tiro de Guerra, ele a segurou pelo pescoço. Ele estava sem arma, mas Maria Eduarda, obviamente, sentiu-se intimidada e não reagiu, então o criminoso a arrastou para um matagal, onde praticou abuso sexual e a asfixiou usando o casaco dela.
Após o crime, o jovem vendeu o celular roubado de Maria Eduarda, o que contribuiu para o desvendamento do crime. Ele era conhecido da Polícia por ter cometido pequenos furtos na cidade. No entanto, nunca havia sido preso.
Desaparecimento
Maria Eduarda saiu de casa na terça-feira, dia 2, para um encontro marcado por rede social com um jovem, que chegou a ser considerado suspeito do crime, mas foi ouvido pelo delegado e liberado. Seria o primeiro encontro dos dois.
O desaparecimento da adolescente foi registrado pela mãe dela, na quarta-feira, dia 3, na Polícia Militar (PM). Na ocasião, ela contou aos policiais que a adolescente havia saído de casa por volta das 19h30 de terça e que o horário combinado entre elas para que a adolescente retornasse para casa seria às 22h30.
A mãe ainda explicou à Polícia que dormiu e, ao sair para trabalhar na quarta-feira, pensou que a filha estivesse em casa. A falta da menina foi percebida quando a mãe retornou do trabalho para casa.
Ela disse à polícia que tentou contato com a filha pelo celular, mas o telefone já estava desligado. A PM disse também que a mãe contou ter entrado em contato com a família de uma amiga que Maria Eduardo disse que iria encontrar no dia do desaparecimento, então ela soube que a adolescente não havia chegado ao local.