A mulher que foi detida após cometer injúria racial, desacato e homofobia, na tarde dessa quinta-feira (5), em Belo Horizonte, não terá direito a pagamento de fiança caso seja mantida presa. A manutenção da prisão poderá ser decidida nesta sexta-feira (6) após audiência de custódia.
A matéria continua após a publicidade
De acordo com a Polícia Civil, a mulher, que foi autuada em flagrante por Injúria Racial, Desacato, Desobediência e Resistência, continuou repetindo os mesmos crimes pelos quais foi presa durante acompanhamento na Central de Flagrantes, no Departamento da PC: a mulher se negou a ser atendida por um policial negro e chegou a cuspir no pé do mesmo.
Além disso, a mulher tentou ofender uma agente, chamando-a de 'sapata'. Por essa razão, os crimes foram somados, resultando em impedimento de direito a arbitramento de fiança.
O Fórum Lafayette, instância da Comarca de Belo Horizonte do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, foi procurado e está apurando a confirmação da audiência de custódia para esta sexta-feira.
A audiência de custódia é um instrumento legal que coloca o preso em flagrante de frente com um juiz, em até 24 horas, para que seja avaliada sua situação. Durante a sessão, pode haver o relaxamento da prisão ou a fixação de prisão preventiva até que ocorra o julgamento final. A prisão preventiva é geralmente aplicada à pessoa que representa riscos à sociedade.
Entenda o caso
'Falta de respeito, falta de humanidade, falta de tudo', desabafa taxista vítima de injúria racial
Uma mulher de 36 anos foi presa suspeita de injúria racial contra um taxista no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (5). Ela também teria desacatado os policiais que foram acionados para atender a ocorrência.
“Eu estava trabalhando em um ponto de táxi na avenida Alvares Cabral, em frente à Justiça Federal, quando ouvi a mulher maltratar um senhor de idade que estava na companhia dela. Eu ofereci ajuda ao idoso e perguntei se ele precisava de um táxi", conta Luís Carlos Alves Fernandes, de 51 anos. Ela então teria respondido, segundo a vítima: "Precisando de táxi eu estou mesmo, só que eu não ando com negro”.
Ele disse que ficou sem palavras, mas repreendeu a mulher. “Eu falei que aquilo era racismo, um crime". Mesmo assim, a suspeita seguiu com os insultos e teria reforçado que não gostava de negro mesmo e que era racista sim. Fernandes então disse que chamaria a polícia e, neste momento, a suspeita teria cuspido no pé dele. "Na hora eu fiquei sem palavras. Parecia que eu estava em um filme. É muito lamentável".
Os militares foram acionados e a mulher foi encaminhada para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, no bairro Floresta, na região Leste de Belo Horizonte. “Eu quero Justiça. A sociedade não pode aceitar esse tipo de coisa. Tem que correr atrás e não deixar por isso mesmo. Se eu não tivesse chamado a polícia, ela continuaria fazendo isso com outras pessoas. Falta de respeito, falta de humanidade, falta de tudo", concluiu o taxista.
E as ofensas não se limitaram ao taxista. Na delegacia, já detida pelos militares, segundo o boletim de ocorrência, a mulher continuou exaltada e desacatou os policiais. Uma sargento que pediu para ela se sentar teria ainda sido chamada de “sapata”.
A Polícia Civil informou que a suspeita foi autuada em flagrante pelos crimes de Injúria Racial, Desacato, Desobediência e Resistência e foi encaminhada ao Sistema Prisional.
Siga o canal do Destak News e receba as principais notícias no seu Whatsapp!