A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu, nesta terça-feira (19), Fabrício Leandro Faria, 44 anos, Farley Brito Ribeiro, 21 e Rudiere Santos Millas, 27. Os três indivíduos são suspeitos de integrar uma quadrilha especializada na prática do crime de extorsão mediante sequestro na modalidade "falso anúncio".
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Os presos estavam sendo investigados pelo sequestro de um empresário do Distrito Federal, que veio para a capital mineira para "comprar" um caminhão, cuja negociação foi realizada a partir de um anúncio em um site de compras. "A vítima de Brasília marcou o encontro em um shopping de Belo Horizonte e de lá foi levado para um cativeiro na cidade de Santa Luzia, onde ficou de um dia para o outro", explicou o Delegado Ramon Sandoli. O crime ocorreu no dia 1º de novembro de 2018.
"Com as investigações, Fabrício, apontado como líder da organização criminosa, foi identificado e está envolvido em mais quatro casos de extorsão mediante sequestro", afirma o Delegado. O preso já tem passagens por extorsão mediante sequestro, roubo e homicídio.
Sandoli relata que "eles fazem o anúncio falso em redes sociais e atrai as vítimas, normalmente de outras cidades e até de outros estados, para a capital mineira e/ou região metropolitana, onde são levadas para o cativeiro. Lá a vítima é obrigada a fazer contato com os familiares e dizer que gostou do veículo, autorizando a família a fazer a transferência da importância, via de regra, de R$ 100 mil ou R$ 120 mil para contas que essa quadrilha usa". O Delegado ressalta que "somente após o pagamento a vítima é libertada, mas, neste caso, a equipe policial conseguiu bloquear o valor para a conta destino. Em tese, a quadrilha não conseguiu auferir a vantagem", conclui.
Para o Delegado Marcus Vinícius Lobo esse crime de extorsão mediante sequestro é praticado em uma nova modalidade delitiva, tendo como integrantes reclusos do Sistema Prisional. "Trata-se de um crime conhecido como falso anúncio, onde a vítima é ludibriada e levada para um cativeiro e lá os integrantes dessa organização criminosa conseguem angariar um alto valor monetário".
Segundo o Delegado, "normalmente, é anunciado um veículo de grande porte (retroescavadeiras, caminhões, caminhonetes de grande porte), e a vítima é induzida por um preço abaixo do valor de mercado. Ela marca um encontro com o suposto vendedor e, no local, é arrebatada e levada para o cativeiro. Com essa hipótese de uma provável compra, a quadrilha pede um valor alto para a família". O Delegado alerta, por fim, sobre anúncios com preço abaixo do valor de mercado. Assim, "um anúncio com preço abaixo do valor de mercado pode levar ao crime de extorsão mediante sequestro, um dos piores crimes a ser combatidos pela Polícia Civil", afirma.
Por meio do trabalho realizado pela equipe da Delegacia de Antissequestro, com o apoio dos policiais da Delegacia de Crime Organizado, a PCMG impediu outras atuações da quadrilha nessa nova modalidade de delito.
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