O mundo da música está de luto. Jimmy Cliff, um dos maiores ícones e pioneiros do reggae mundial, faleceu nesta segunda-feira (24), aos 81 anos. A notícia foi confirmada por sua esposa, Latifa Chambers, que utilizou as redes sociais para comunicar a perda e prestar uma emocionante homenagem ao cantor e compositor jamaicano.
A Causa da Morte e a Mensagem da Família
Em uma nota publicada, Latifa Chambers revelou que o artista morreu após uma complicação de saúde repentina.
“É com profunda tristeza que compartilho que meu marido, Jimmy Cliff, morreu devido a uma convulsão seguida de pneumonia. Agradeço à família, amigos, colegas artistas e colaboradores que compartilharam esta jornada com ele,” escreveu Latifa.
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A viúva também fez questão de se dirigir à vasta base de fãs do artista espalhados pelo globo, ressaltando a importância do apoio deles na vida e carreira de Cliff. “Para seus fãs ao redor do mundo, por favor saibam que seu apoio era a força dele ao longo de toda a carreira. Ele realmente adorava o amor de cada um de seus fãs”, declarou.
Finalizando a nota, Latifa Chambers agradeceu à equipe médica que prestou assistência ao seu marido e pediu respeito à privacidade da família neste momento de dor, prometendo fornecer mais detalhes em breve: “Jimmy, meu querido, descanse em paz. Seguirei seus desejos. Espero que vocês respeitem nossa privacidade neste momento difícil. Daremos outras notícias mais adiante”.
O Legado de um Pioneiro do Reggae
Nascido James Chambers, em 1944, Jimmy Cliff não foi apenas um cantor, mas um embaixador da música reggae, sendo fundamental para sua popularização global. Sua longa e influente carreira começou oficialmente em 1967 com o lançamento do seu primeiro álbum, Hard Road to Travel.
Cliff é mundialmente conhecido por misturar o ritmo jamaicano com influências do soul, pop e rock, criando uma sonoridade única. Ao longo das décadas, ele lançou dezenas de álbuns e singles de sucesso, sendo reconhecido com o prestigiado Grammy por dois discos:
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Cliff Hanger (1985)
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Rebirth (2012)
Além de sua discografia, ele consolidou sua imagem na cultura pop ao estrelar o filme The Harder They Come (1972), que é considerado um clássico do cinema jamaicano e ajudou a levar o reggae para as telas.
A Relação de Amor Com o Brasil
Jimmy Cliff cultivou uma profunda e duradoura relação com o Brasil, um país que ele chamava de lar por longos períodos. Seu primeiro contato notável foi em 1968, quando participou do prestigiado Festival Internacional da Canção (FIC), realizado no Rio de Janeiro.
Desde então, sua popularidade no país só cresceu, fazendo-o retornar para grandes turnês em diversas ocasiões, incluindo shows memoráveis em 1984, 1990, 1993 e 1998. O carinho era tanto que o artista chegou a morar no Brasil por alguns anos, dividindo seu tempo entre o Rio de Janeiro e Salvador, na Bahia, absorvendo a cultura local.
Voz de Protesto e Sucessos Atemporais
A arte de Cliff era marcada pelo ativismo e pela crítica social. Grande parte de suas canções carregava mensagens de protesto e abordava temas sociais, um assunto de grande interesse e preocupação do cantor.
Entre seus maiores e mais celebrados sucessos estão hinos atemporais, como:
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"Reggae Night"
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"Rebel in Me"
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"We All Are One"
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"Many Rivers to Cross"
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"Vietnam" (uma poderosa canção de protesto anti-guerra)
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"I Can See Clearly Now" (regravação icônica da música de Johnny Nash)
Seu legado musical se encerra, por enquanto, com o álbum Refugees, lançado em 2022, reafirmando seu compromisso com temas de interesse humanitário até o fim de sua vida.