Rio de Janeiro, RJ – Novas revelações emergem da megaoperação policial deflagrada nos Complexos do Alemão e da Penha no último dia 28 de outubro. O laudo pericial do corpo de Yago Ravel Rodrigues Rosário (1,65m de altura), um integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV) que teve a cabeça brutalmente arrancada e pendurada em uma árvore, indica que o ato de decapitação ocorreu em um intervalo de tempo extremamente curto após ele ser atingido por um tiro de fuzil.
O crime de vilipêndio de cadáver, que está sendo investigado pela Polícia Civil, levanta sérias dúvidas sobre a autoria da barbárie.
Decapitação Imediata e Circulação Sanguínea
Detalhes apurados pelo Metrópoles sobre o exame pericial revelam a sequência fatal dos eventos:
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Ferimento a Bala: Yago Ravel foi inicialmente atingido por um disparo de fuzil na região inferior do abdômen. A trajetória do tiro, de baixo para cima, atravessou o corpo do criminoso, causando lesões graves e potencialmente fatais no fígado, pulmão direito e estômago.
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Decapitação em Vida Útil: O laudo aponta, de forma que a cabeça foi separada do corpo, provavelmente com o auxílio de um facão, enquanto o sangue ainda circulava.
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Tempo Médio: Fontes próximas à investigação indicam que a ação de decapitação teria sido cometida poucos minutos após o disparo de fuzil. Esse cálculo se baseia no tempo médio que um indivíduo com a estatura de Yago levaria para perder totalmente o sangue após ser atingido por um projétil de fuzil de alta energia, o que sugere uma ação quase imediata.
Polícia Civil Suspeita de Ação de Rivais
A principal linha de investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro é que o ato hediondo de decapitar Yago e expor sua cabeça tenha sido cometido pelos próprios rivais da facção Comando Vermelho. A motivação, segundo as autoridades, seria a de reforçar a narrativa de violência e ilegalidade por parte da polícia perante a opinião pública e a imprensa, desviando o foco do confronto e das mortes.
Essa suspeita é endossada pela dinâmica da operação:
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Intensidade do Confronto: O tiroteio nos Complexos do Alemão e da Penha era de extrema intensidade, com Yago atuando na linha de frente ao lado de outros criminosos.
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Impossibilidade Policial: As investigações apontam que, devido à intensidade do confronto e à presença de diversos comparsas de Yago, seria inviável que um policial tivesse tempo e segurança para alcançá-lo logo após o tiro e cometer a decapitação.
Declaração Oficial
A suspeita foi levantada publicamente dois dias após a operação pelo Secretário de Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, durante uma coletiva de imprensa. Curi destacou a necessidade de apuração, mas levantou a hipótese do envolvimento dos próprios criminosos:
“Quem disse que foi a polícia que cortou a cabeça? Os criminosos podem ter feito novas lesões nos corpos, podem ter feito isso aí (cortado a cabeça) para chamar a atenção da imprensa”, declarou o secretário, reforçando a linha de investigação de que o vilipêndio possa ter sido uma estratégia de propaganda da facção.
As diligências seguem em andamento para identificar os autores da decapitação e esclarecer todas as circunstâncias da morte de Yago Ravel Rodrigues Rosário.