Rio de Janeiro, RJ – Imagens exclusivas e de forte impacto, captadas por drones e câmeras corporais, trouxeram à luz os detalhes da megaoperação policial que paralisou o Rio de Janeiro na última semana. Pela primeira vez, o público pôde testemunhar o avanço das forças de segurança pela densa mata fechada do alto do Complexo da Penha, considerado um dos terrenos mais desafiadores e hostis da capital fluminense.
As cenas, divulgadas por fontes da Segurança Pública e exibidas em rede nacional pelo programa Fantástico da TV Globo, não apenas confirmam a intensidade do confronto, mas escancaram um cenário que se assemelha a uma verdadeira operação militar em zona de combate. Tiros contínuos, detonações de explosivos, o uso de bombas químicas e o movimento tático de equipes sob fogo cruzado marcaram as quase 18 horas de confronto ininterrupto.
A Batalha na Mata Fechada: Cerco ao Comando Vermelho (CV)
Os vídeos inéditos registram a ação coordenada contra o Comando Vermelho (CV), que utilizava a vegetação densa como esconderijo e rota de fuga. Nas imagens, é possível ver a dificuldade das equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e de outras unidades de elite em progredir no terreno acidentado.
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Táticas de Combate: As filmagens mostram grupos de criminosos tentando se entrincheirar e se deslocar furtivamente entre árvores e barrancos, enquanto os policiais avançavam sob intensa cobertura. O uso de drones foi fundamental para mapear a movimentação dos narcoterroristas e direcionar o lançamento de bombas de efeito moral e gás, utilizadas para desarticular pontos de resistência na mata.
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Apoio Aéreo e Terrestre: Enquanto as equipes avançavam a pé pelo terreno hostil, as imagens aéreas mostravam o lançamento tático dos artefatos para dispersar e desorientar os criminosos. Simultaneamente, em ruas e acessos aos complexos do Alemão e da Penha, carros blindados e equipes terrestres bloqueavam as principais rotas de fuga, consolidando o cerco.
 
O Preço do Confronto: Quatro Policiais Mortos em Resgate Sob Fogo
A operação, que mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares e visava desarticular a cúpula do CV e suas bases de apoio, teve um custo humano elevado. O confronto resultou em um total de 121 mortes, sendo que quatro policiais tombaram em serviço, evidenciando o risco extremo da missão.
Um dos momentos mais dramáticos flagrados pelas câmeras foi o resgate de um policial ferido sob rajadas de fuzil disparadas a curta distância. O sargento Cleiton Serafim Gonçalves foi um dos heróis que perderam a vida, sendo atingido fatalmente enquanto tentava retirar um colega da linha de tiro inimiga. Sua morte, e a dos outros três agentes, choca a população e reforça a necessidade de equipar e proteger melhor as forças de segurança.
Contagem de Vítimas:
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117 narcoterroristas mortos (já identificados ou em processo de identificação).
4 policiais mortos em serviço.
Tecnologia e Desafios: O Limite das Câmeras Corporais
O uso massivo de drones e câmeras fixadas nos coletes dos agentes (câmeras corporais) forneceu um registro inédito para a transparência e análise da operação. No entanto, apesar da extensão da ação, a divulgação ressaltou um desafio logístico: parte das gravações não pôde ser recuperada.
O tempo prolongado de atuação, que se estendeu por quase 18 horas ininterruptas, fez com que as baterias de algumas câmeras corporais se esgotassem ao longo do dia, limitando o registro de toda a sequência dos eventos.
A Polícia Civil e a Polícia Militar continuam a investigação sobre as ações do Comando Vermelho na região, enquanto as imagens divulgadas se tornam o principal testemunho da intensidade da guerra travada nas comunidades do Rio de Janeiro.