Em um escalada dramática do conflito entre Israel e Irã, o governo israelense alertou nesta quinta-feira que o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, "pagará por seus crimes" após um ataque com mísseis atingir o Hospital Soroka em Bersheba. Simultaneamente, as Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificaram seus ataques a instalações nucleares iranianas, marcando o sétimo dia de hostilidades sem precedentes entre os dois arquirrivais do Oriente Médio.
Ataque ao Hospital Soroka e Resposta de Israel
O Hospital Soroka, localizado em Bersheba, no sul de Israel, foi atingido por um ataque iraniano, resultando em "danos significativos", conforme relatado pela administração do hospital. O Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou o incidente como um "ataque direto" a um centro médico que atende principalmente soldados israelenses feridos em combate, incluindo aqueles que lutam na guerra em Gaza. Os serviços de emergência informaram que 47 pessoas ficaram feridas em diversos ataques em todo o país.
Em resposta, o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que o aiatolá Ali Khamenei "não pode continuar existindo". Katz afirmou: "O covarde ditador iraniano disparou deliberadamente contra hospitais e edifícios residenciais em Israel. Este é um dos crimes de guerra mais graves, e Khamenei terá que pagar por seus crimes."
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu ecoou o sentimento, afirmando em sua conta na rede social X: "Ditadores terroristas iranianos dispararam mísseis contra o Hospital Soroka, em Bersheba, e contra civis. Faremos os tiranos de Teerã pagarem um preço alto."
Ataques a Instalações Nucleares Iranianas
Durante a noite, as FDI anunciaram que atacaram um "reator nuclear inativo" em Arak e "bombardearam uma instalação de desenvolvimento de armas nucleares na área de Natanz", ambas localizadas no centro do Irã. Segundo informações do Exército israelense, aproximadamente 40 aviões de guerra participaram dos ataques aéreos, atingindo dezenas de locais estratégicos. Israel já havia afirmado ter destruído "a principal instalação" da usina de enriquecimento de urânio de Natanz.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou na terça-feira ter observado "elementos que mostram impactos diretos nas câmaras subterrâneas" da usina de Natanz, aumentando as preocupações sobre a segurança das instalações nucleares iranianas.
Reação Internacional e Acusações
O Irã respondeu às acusações israelenses, acusando a AIEA de atuar como "aliada" na "guerra de agressão" de Israel. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, escreveu na rede X: "Vocês traíram o regime de não proliferação; vocês fizeram da AIEA uma aliada nesta injusta guerra de agressão", em um comentário dirigido ao chefe da AIEA, o argentino Rafael Grossi.
O balanço oficial de vítimas no Irã, desde o início do conflito, é de pelo menos 224 mortes, enquanto em Israel, os disparos iranianos resultaram em 24 mortes, segundo o governo. O Irã prometeu que "continuará exercendo seu direito à autodefesa e faremos o agressor se arrepender e pagar por seu grave erro", conforme declarado pelo chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, também na rede X.
Posição dos Estados Unidos
O presidente americano Donald Trump, aliado de Israel, não descartou uma ação militar para interromper o programa nuclear do Irã, que é acusado de tentar desenvolver armas atômicas, o que Teerã nega. Trump afirmou na quarta-feira que ainda não havia tomado uma decisão sobre o possível envolvimento dos Estados Unidos nos ataques de Israel ao Irã e declarou à imprensa: "Pode ser que sim ou que não. Ainda não tomei uma decisão final."
Questionado sobre uma possível queda do atual regime em Teerã, Trump respondeu que "poderia acontecer" e reafirmou que os Estados Unidos, se assim desejassem, poderiam eliminar o aiatolá Khamenei.
Ameaças e Respostas
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, declarou que seu país jamais se renderia, respondendo ao chamado de Trump para "se render incondicionalmente". O Irã reafirmou que "todas as opções estão sobre a mesa" no caso de uma intervenção americana no conflito, alertando os Estados Unidos de que tal intervenção causaria "danos irreparáveis".