MPMG e Polícia Civil Desarticulam Esquema de Milícia Privada e Corrupção em Ubá; Dois Policiais Civis São Afastados do Cargo

Ação deflagrada nesta quarta-feira (17) é um desdobramento da "Operação Segurança Máxima" e revela como a estrutura do Estado era utilizada para fins criminosos.

UBÁ (MG) – O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Corregedoria Geral da Polícia Civil uniram forças na manhã desta quarta-feira (17), para deflagrar a Operação Hígia. O objetivo é desmantelar uma sofisticada organização criminosa composta por agentes públicos e empresários, acusados de transformar a estrutura da segurança pública em um negócio particular de milícia privada na região da Zona da Mata.

A Estrutura do Crime

As investigações, que seguem em ritmo acelerado, apontam que o epicentro do esquema estava na Delegacia Regional de Ubá. Um policial civil, lotado na unidade, é apontado como o articulador de um conluio que utilizava viaturas, armamentos e o próprio pessoal da instituição para prestar serviços de segurança privada e escolta armada de valores para empresas da região.

O esquema não apenas desviava a finalidade da função pública, mas também gerava lucros ilícitos vultosos. De acordo com o MPMG, o principal investigado já se encontra em prisão preventiva desde o dia 28 de novembro de 2024, mas a rede de influência continuava sendo mapeada.

O Dia da Operação: Buscas e Prisões

A ofensiva desta manhã mobilizou um forte aparato policial e jurídico. Ao todo, foram cumpridos:

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  • 10 mandados de busca e apreensão domiciliar;

  • 03 mandados de afastamento de funções públicas contra policiais civis.

Durante as diligências, um dos agentes públicos foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Na casa de um dos empresários envolvidos, os policiais encontraram uma vultosa quantia de dinheiro em espécie, cuja origem não foi comprovada. Além do montante, foram apreendidos dispositivos eletrônicos, documentos sigilosos e mais armas de fogo.

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Provas Contundentes e Artigos de Luxo

A Operação Hígia é um braço direto da anterior "Operação Segurança Máxima". Em fases passadas, o patrimônio da organização já havia impressionado as autoridades: aviões e veículos importados de luxo foram sequestrados pela justiça.

Desta vez, a força-tarefa obteve acesso a provas documentais cruciais, incluindo:

  1. Planilhas de pagamento: Detalhando valores recebidos pelos serviços ilegais;

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  2. Escalas de serviço: Que organizavam a atuação dos agentes públicos na empresa privada;

  3. Movimentações bancárias: Que comprovam o fluxo financeiro entre o setor privado e os servidores investigados.

Força-Tarefa e Acusações

A operação contou com a participação estratégica de seis promotores de Justiça, dez delegados de polícia e aproximadamente 50 policiais civis.

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Até o momento, o Ministério Público já formalizou três denúncias à Justiça. Os envolvidos responderão por uma série de crimes graves, cujas penas somadas podem ultrapassar décadas de reclusão:

  • Participação em milícia privada armada;

  • Corrupção passiva;

  • Falsidade ideológica;

  • Organização criminosa;

  • Obstrução à investigação.

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