BRASÍLIA – Trabalhadores dos Correios em pelo menos nove estados brasileiros iniciaram, nesta quarta-feira (17), uma paralisação parcial de suas atividades. O movimento surge após assembleias realizadas na noite de terça-feira (16), onde sindicatos da categoria rejeitaram as propostas atuais e decidiram cruzar os braços contra as medidas de gestão da estatal e pela ausência de um reajuste salarial considerado adequado.
Estados em Paralisação
A adesão ao movimento atinge regiões estratégicas para a logística nacional. Até o momento, os estados com paralisações confirmadas são:
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Sudeste: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
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Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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Nordeste: Ceará e Paraíba.
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Centro-Oeste: Mato Grosso.
O Ponto Central do Conflito: O ACT
A principal motivação dos trabalhadores é a dificuldade na renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A categoria reivindica melhorias nas condições de trabalho, reposição de perdas inflacionárias e um reajuste salarial que reflita o custo de vida atual. Segundo as lideranças sindicais, a falta de avanço nas tratativas com a direção da estatal tornou a greve o último recurso para pressionar por mudanças.
Posicionamento dos Correios e Medidas de Contingência
Em nota oficial, os Correios minimizaram o impacto imediato da greve na operação nacional. A empresa informou que o movimento é isolado em algumas bases sindicais e que o atendimento à população permanece ocorrendo.
“Atualmente, cerca de 91% do efetivo da empresa está em atividade. Dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores da estatal, 24 não aderiram ao movimento de paralisação”, declarou a companhia.
Para evitar atrasos nas entregas de encomendas e correspondências, a estatal ativou seu Plano de Continuidade de Negócios. Isso inclui medidas como o remanejamento de pessoal, realização de horas extras e o suporte de agências em regiões não afetadas pelo movimento.
A Mediação do TST
O impasse agora ganha contornos jurídicos no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O vice-presidente da corte, ministro Caputo Bastos, tem atuado como mediador para evitar que a paralisação se prolongue e prejudique o comércio, especialmente em um período de alto volume de entregas.
Existe uma proposta de conciliação construída entre o TST, a direção dos Correios e as entidades sindicais. O ministro orientou que essa proposta seja submetida a assembleias-gerais extraordinárias nos próximos dias. Caso os trabalhadores aceitem os termos, uma audiência solene para a assinatura oficial do ACT será realizada no dia 26 de dezembro de 2025, às 14h, na sede do tribunal em Brasília.
O que esperar para os próximos dias?
Embora a empresa garanta a continuidade dos serviços, consumidores podem enfrentar instabilidades pontuais em serviços de prazos curtos (como Sedex e Sedex 10) nas regiões com maior adesão à greve. O desfecho da paralisação depende agora do resultado das novas votações sindicais sobre a proposta de mediação do TST.