Morre o Papa Francisco aos 87 anos em Roma

Cidade do Vaticano - O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (21), em Roma, às 07h35 (2h35 de Brasília), marcando o fim de um pontificado de mais de uma década que buscou reformar a Igreja Católica e abordar questões globais prementes.

Francisco havia sido hospitalizado em 14 de fevereiro, inicialmente devido a uma bronquite, mas posteriormente diagnosticado com pneumonia bilateral. Após uma internação de quase 40 dias, sua aparição surpresa na Praça São Pedro no domingo (20) trouxe esperança, mas a notícia de seu falecimento no dia seguinte entristeceu fiéis em todo o mundo.

Em um comunicado oficial, o Vaticano expressou pesar pela perda: “O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino”.

Detalhes sobre o Funeral e Sucessão

Até o momento, o Vaticano não divulgou detalhes específicos sobre o funeral do Papa Francisco. Espera-se que a Igreja Católica convoque um conclave nas próximas semanas para eleger o novo papa, um processo que envolve cardeais de todo o mundo.

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Histórico de Saúde Preocupante

A saúde de Francisco era uma preocupação constante desde 2021, quando ele foi hospitalizado por 10 dias para uma operação no intestino grosso. Ele mencionou que a cirurgia deixou sequelas e o levou a descartar uma operação no joelho direito, onde sofria de osteoartrite. A partir de 2022, ele passou a usar bengalas e cadeiras de rodas devido a dificuldades de locomoção, o que resultou no cancelamento de alguns compromissos.

Em junho de 2023, ele passou por uma cirurgia de urgência para corrigir uma hérnia abdominal, resultante de uma hérnia pós-operatória com síndrome de obstrução intestinal. O agravamento de seus problemas de saúde o levou a considerar a renúncia ao cargo, chegando a deixar uma carta assinada para essa eventualidade.

“É verdade que escrevi a minha renúncia dois meses depois de minha eleição (em março de 2013)… Eu fiz isso para o caso de ter algum problema de saúde que me impeça de exercer meu ministério”, revelou Francisco, embora tenha esclarecido que não havia pensado em renunciar no momento.

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Em julho de 2022, Francisco confessou que não conseguia mais viajar com o mesmo ritmo e mencionou a possibilidade de se afastar. Em fevereiro de 2023, ele afirmou que a renúncia de um papa “não deve virar moda” e que essa ideia “no momento não estava em sua agenda”, apesar de ter um assistente pessoal de saúde desde 2022.

O médico e jornalista argentino Nelson Castro, autor de um livro sobre a saúde dos papas, discutiu o tema com Francisco, que afirmou ter se “recuperado por completo” e não se sentir limitado. Aos 21 anos, Francisco quase morreu de pleurisia e teve parte de um pulmão removido em 1957. Ele também buscou tratamento para dores nas costas com acupuntura chinesa, sofreu de cálculos na vesícula biliar e teve um problema cardíaco temporário em 2004.

Além disso, Francisco revelou que fez terapia para lidar com a ansiedade, ouvindo Bach ou tomando mate para aliviar a condição.

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Legado e Impacto de Francisco

Nascido em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina, Jorge Mario Bergoglio se tornou papa em 13 de março de 2013, demonstrando desde o início seu desejo de mudança ao optar por uma abordagem mais simples e acessível. Ele priorizou “pastores com cheiro de ovelha” para revitalizar a Igreja e convidava moradores de rua e presos para sua mesa.

Durante seu pontificado, Francisco sugeriu a possibilidade de abençoar casais do mesmo sexo, abordou os escândalos de abusos sexuais de menores por religiosos, abolindo o “sigilo pontifício”, e se posicionou sobre questões políticas internacionais, como a guerra na Ucrânia.

Francisco liderou os jesuítas durante a ditadura argentina e expressou sua surpresa em liderar a Igreja durante a “3ª Guerra Mundial”, referindo-se ao conflito na Ucrânia. Ele também mencionou que viveu sob tensão durante seus dez anos como papa.

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Em dezembro de 2023, Francisco revelou que desejava ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, onde costumava rezar antes de sua eleição em 2013. Ele já havia preparado os detalhes de seu enterro e simplificado o rito.

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