Zema ameaça punição a servidores de Minas que realizarem paralisações

Governador de Minas Gerais diz que servidores que fizerem manifestações inconstitucionais serão processados

Quase um mês após o início dos movimentos grevistas que pedem reajustes salariais em Minas Gerais, o governador Romeu Zema (NOVO) vê no projeto enviado à Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), que aumenta o salário de todos os servidores estaduais em 10,06%, a possibilidade de apaziguar a crise instaurada no estado. Ao GLOBO, Zema afirma que não vai exceder os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e promete sanções ao servidores da segurança pública, educação e saúde que se recusarem a trabalhar, apesar dos salários em dia e reajustes dentro dos limites constitucionais.

"Se fecharem estradas ou impedirem outros profissionais de trabalhar, serão tratados com máximo rigor. Serão processados e terão seus pontos cortados", afirma.

A inclusão do estado no Regime de Recuperação Fiscal segue sendo uma das principais metas do governador, que desdenha da participação de deputados bolsonaristas entre os manifestantes da segurança pública e se refere aos sindicatos que lideram as paralisações da educação como uma "minoria ruidosa". Apesar dos protestos, Zema se diz confiante na reeleição, mas ressalta que não condiciona a sua vida ao sucesso nas urnas.

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Reajustes para a segurança pública

"É importante pontuar o seguinte: nós, governo, erramos na proposta de reajuste feita em janeiro de 2019 aos profissionais da segurança. Na ocasião, acordamos em reajustar os salários da categoria em três parcelas, sendo 13% no mesmo ano e 12% nos dois anos seguintes. Acontece que não contávamos com uma pandemia e uma alteração de cálculo de pessoal nesse meio tempo. O correto, pela responsabilidade fiscal, passou a ser o veto a este aumento, que seria catastrófico para o estado.

Apesar disso, concedemos a parcela de 13% de aumento e agora, em 2022, oferecemos mais 10.06% a todo funcionalismo, o que garantiria aos servidores da segurança um aumento de quase 24% em três anos, além de melhorias nos benefícios. Nesse momento, eu não posso pagar acima do teto da inflação acumulada, sou legalista e não abro mão disso".

Bolsonaristas à frente do movimento

"Por ser um ano eleitoral, alguns parlamentares e pessoas com interesses políticos aproveitam o movimento para ter visibilidade. Seria muito conveniente para mim, do ponto de vista eleitoral, conceder o aumento pleiteado. Mas, sigo pensando no longo prazo. Eu quero um estado viável e não preciso ser reeleito, se não for da vontade do eleitor. Tenho uma vida privada bem sucedida. Por isso, trato o assunto de maneira estritamente técnica, não misturo com paixões e tento não misturá-lo com ideologias. Seria uma perda de tempo.

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