Filas se formam em Belo Horizonte após Petrobras anunciar aumento nos combustíveis

Motoristas tentam encher o tanque de gasolina antes de reajuste de 18,8% chegar à bomba

Horas depois da Petrobras anunciar os reajustes de 18,8% no preço de venda da gasolina e de 24,9% no diesel, longas filas se formam em postos de combustível em Belo Horizonte. Motoristas tentam encher o tanque antes do aumento. 

Em bairros como Salgado Filho e Nova Suíssa, na Região Oeste de BH, motoristas fazem filas para entrar nos postos. Um posto da bandeira BR que ainda vendia a gasolina por R$ 6,79, sem o reajuste aplicado, estava lotado. 

Já na Avenida Tereza Cristina, no Salgado Filho, a fila ocupava toda uma faixa e só crescia com o passar do tempo. "Você deu sorte, vocês deram sorte. O gerente vai subir o preço daqui a pouco", disse o frentista de um posto do mesmo bairro para os motoristas que conseguiam abastecer. 

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De acordo com ele, o preço deve bater incríveis R$ 7,40, um aumento percentual de 8,9%, ainda abaixo do aplicado pela Petrobras nas refinarias. 

Na Via Expressa de Contagem, os preços também já aumentaram, atingindo até mesmo o etanol, que não deveria ser afetado pela política de preços da Petrobras. Na Avenida Carlos Luz, entre as regionais Pampulha e Noroeste, em BH, filas se formam para tentar aproveitar o preço antigo. 

O reajuste da estatal já era esperado, após o preço do barril de petróleo disparar no mercado internacional. Vale lembrar que a Petrobras regula os derivados de acordo com o mercado externo. 

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O aumento do petróleo lá fora tem ligação com a guerra entre Rússia e Ucrânia. Sancionado, o País liderado por Vladimir Putin, um dos maiores produtores do item no mundo, não consegue vender sua produção. Com menos oferta e demanda mantida, o preço tende a crescer. 

Apesar disso, a Petrobras vinha segurando esse aumento há semanas. O diesel e a gasolina não subiam há dois meses. O gás de cozinha também foi afetado pelo reajuste.

Gasolina em alta, e motoristas criticam 

O aumento dos combustíveis desmotivou o motorista de aplicativo Daniel Fernandes, de 37 anos, a continuar trabalhando. "Não vai dar para continuar, não tenho lucro, vou voltar a trabalhar com vigilância", disse.

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O também motorista de aplicativo Gabriel de Souza, de 40 anos, disse que a partir de agora, vai ter que escolher ainda mais as corridas. " Agora o negócio vai ser escolher as corridas que realmente sejam vantajosas. O negócio será fazer conta o tempo todo", explicou.    

Dono de pequeno comércio, Junior Carlos Gomes de Souza esperou 40 minutos para abastecer na Avenida Tereza Cristina. "Cada dia que passa, a situação está piorando. Esses dias para trás, eu vi uma reportagem falando que o combustível iria abaixar. De uma hora para outra, ele já muda e volta o aumento abusivo. Fica difícil pra gente, porque não dá para repassar ao cliente", reclamou.

Para não pesar tanto no orçamento o aumento no valor dos combustíveis, o entregador Guilherme Mariano, de 22 anos, adequou o carro para ser abastecido com gás natural. "O gás natural está caro, mas entre os caros é o mais em conta ainda", afirmou.

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O servidor público Rubens Ferreira, de 51 anos, também encontrou na adequação veicular para o gás natural a solução para pagar menos na hora de abastecer. "Provavelmente teremos mais aumentos com o contexto mundial atual. Para mim a solução foi a implantação do kit gás no meu veículo", contou.

O motorista de aplicativo Deocleciano Batista, de 50 anos,  disse que só vai continuar trabalhando com transporte porque também optou pelo kit gás. "Se não fosse o kit gás, teria parado de trabalhar com transporte", disse.

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