Paralisação dos tanqueiros continua nesta sexta e postos têm filas

Os tanqueiros, caminhoneiros responsáveis pelo transporte de combustíveis, mantêm paralisação nesta sexta-feira (22). O movimento teve início à meia-noite de ontem, antes da greve geral anunciada pelos condutores para 1º de novembro contra os aumentos de preços dos combustíveis e a incidência do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).    A matéria continua após a publicidade
Nessa quinta-feira, alguns  tanqueiros começaram piquetes na porta das distribuidoras que ficam em Betim , na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ainda ontem, por meio de nota, a Polícia Militar (PM) informou que vem fazendo a  escolta das carretas de combustíveis  até pontos seguros e que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) realiza a  escolta aos aeroportos . Até o início da manhã de hoje, o movimento era tranquilo e sem ocorrências, conforme a polícia.
Um tanqueiro ouvido pelo Estado de Minas e que pediu para não ser identificado confirmou nesta manhã que há alguns condutores e donos de postos enchendo os veículos nas distribuidoras com o acompanhamento da polícia e até com segurança particular contratada. Mas, segundo ele, é um número muito pequeno. 
Hoje, havia filas de motoristas para tentar abastecer em alguns postos da capital, como ao longo da Avenida Cristiano Machado, uma das principais vias de ligação do vetor Norte da capital ao Centro. 
 
Além de Minas Gerais, até ontem a paralisação ocorria em mais cinco estados. Na tentativa de evitar a greve em novembro, que pode ter consequências drásticas para a economia, como ocorreu em 2018, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometeu uma espécie de “auxílio” aos 750 mil transportadores de derivados do petróleo, como compensação diante da alta do óleo diesel. Porém, não deu detalhes sobre a medida, que, segundo o presidente, será anunciada “nos próximos dias”. 
A paralisação em Minas comprometeu o abastecimento na rede de revendedores. Em nota distribuída no começo da noite de ontem, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro) admitiu o desabastecimeto, ao informar que postos com estoques reduzidos já foram prejudicados em todas as regiões do estado. No meio da tarde de ontem, já faltava gasolina em revendas da região Centro-Sul de Belo Horizonte e motoristas faziam fila em estabelecimentos da capital, o que se intensificou à noite.
Como parte da operação do governo para desmobilizar a greve anunciada pelos categoria, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) atualizou a tabela de valores mínimos de frete, com reajustes médios variando de 4,54% a 5,90%, a depender do tipo de veículo e classe de carga. No entanto, os transportadores já vinham reclamando que os percentuais não são cumpridos, motivo de frequentes ameaças de paralisação. Eles querem que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a constitucionalidade do piso do frete.
A tabela foi criada em 2018 pelo governo de Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros que bloqueou estradas e comprometeu o abastecimento de combustível, de medicamentos e de alimentos em todo o Brasil. Foi medida reivindicada pelos transportadores.
Ao anunciar, sem detalhes, a concessão de auxílio aos caminhoneiros, o presidente Jair Bolsonaro alegou que o preço do combustível está alto no mundo. “O preço do combustível lá fora está o dobro. Sabemos que aqui é outro país, mas grande parte do que consumimos, ou melhor, uma parte considerável, nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora. Decidimos então, os números serão apresentados nos próximos dias. Nós vamos atender aos caminhoneiros autônomos. Em torno de 750 mil caminhoneiros receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias, os alimentos chegam aos 4 cantos do país”, afirmou.
A declaração foi dada durante cerimônia de inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia (PE), quando o chefe do Executivo culpava governadores pelo aumento da inflação em meio a medidas restritivas para combate da pandemia da COVID-19.

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