É falso que existe protocolo para baixar oxigênio de intubados e aumentar mortes por Covid-19

Circula por grupos de WhatsApp que uma enfermeira denunciou uma suposta ordem para intubar pacientes com Covid-19. De acordo com o conteúdo, a orientação inclui baixar o oxigênio para aumentar o número de mortes pela doença e, dessa forma, “justificar o lockdown”. Segundo essa teoria, o objetivo é “quebrar a economia” e “desestabilizar o Governo Federal”. Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação​: “ENFERMEIRA indignada chama a imprensa e fala o que está acontecendo nos hospitais (GRAVÍSSIMO). Ela disse que a ordem e entubar todos os pacientes e depois baixar o oxigênio, para aumentar os números de mortes e justificar o lockdown, para quebrar a economia e tentar desestabilizar o Governo Federal. É uma denúncia muito GRAVE é um grande genocídio estão literalmente matando as pessoas, que Absurdo. Vamos ver se isso será noticiado na imprensa.” Vídeo Fora de Contexto que circula no WhatsApp [video width="1266" height="590" mp4="https://destaknewsbrasil.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Video.mp4"][/video]  Texto que circula em grupos de WhatsApp A informação analisada pela Lupa é falsa. Uma entrevista concedida em janeiro por uma mulher que acompanhava um paciente internado em um hospital de Manaus (AM) foi retirada de contexto. Na época, a acompanhante — e não enfermeira — declarou a jornalistas que o nível de oxigênio das pessoas hospitalizadas com Covid-19 tinha sido reduzido. Entretanto, esse protocolo foi adotado porque, naquela ocasião, o estado do Amazonas tinha registrado recordes de internações pela doença e enfrentava uma crise de abastecimento de oxigênio. O racionamento, portanto, teve o objetivo de economizar o insumo — e não aumentar o número de mortes e, por consequência, desestabilizar o governo federal, como sugere a teoria disseminada em correntes de WhatsApp.   Em meados de janeiro, a falta de oxigênio na rede pública e privada de saúde contribuiu para o colapso do sistema do Amazonas e provocou mortes por asfixia. A crise do abastecimento do gás medicinal provocou revolta e fez com que familiares de pessoas hospitalizadas denunciassem o problema. Uma dessas denúncias é justamente a de uma mulher que acompanhava um homem internado no Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, em Manaus.   Na denúncia, veiculada no portal G1, a mulher afirmou que uma enfermeira teria diminuído o nível de oxigênio de um idoso de 81 anos que ela acompanhava. Isso fez com que a saturação (nível de oxigênio no sangue) do homem caísse de 90 para 7. Ao reclamar, ela e outros visitantes teriam sido retirados do local.   Essa mesma declaração, porem gravada de outro ângulo, também vem sendo compartilhada em correntes de WhatsApp com a legenda falsa de que existe um suposto “modus operandi” de “intubar e baixar o oxigênio” em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em todo Brasil. Como explicado, a declaração da mulher refere-se ao colapso do sistema de saúde do Amazonas e à escassez de oxigênio registrados no estado em janeiro deste ano — e não a um protocolo adotado em todas as unidades hospitalares do país.   Procurada pela Lupa, a Secretaria de Saúde do Amazonas informou, por e-mail, que a pessoa que aparece nas imagens não é profissional do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Também afirmou que, atualmente, o fornecimento de oxigênio no estado está estabilizado. “A unidade ressalta que apesar da dificuldade enfrentada pela rede pública e privada com relação ao abastecimento do gás medicinal no pico da pandemia, o hospital nunca ficou desabastecido.” A nota também explica que “a rede hospitalar segue as orientações da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) sobre o uso racional do gás oxigênio em pacientes graves com suspeita de infecção por SARS-CoV-2.” Esse conteúdo foi verificado pela Lupa e Estadão Verifica. Siga-nos Também no Instagram: @destaknews

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