Atrás do caçador de enigmas e combatente do charlatanismo, um homem cortês e fiel aos ensinamentos divinos. Referência em estudos sobre fenômenos da natureza, o padre espanhol Oscar Gonzáles Quevedo morreu nesta quarta-feira (9) em Belo Horizonte, aos 88 anos, após apresentar problemas cardíacos.
A matéria continua após a publicidade
As últimas homenagens ao religioso serão prestadas hoje na cidade que ele escolheu para viver em 2012, quando veio de São Paulo para a Residência Irmão Luciano Brandão, no bairro Planalto, na região Norte. O local, que abriga padres idosos e com problemas de saúde, fica na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje).
Quem esteve próximo a Quevedo e não se esquece como ele era cordial com os membros da comunidade é João Augusto Mac Dowell, professor na instituição de ensino. “Era alegre, expressivo. Uma pessoa que convivia com os companheiros com muita amizade”, disse.
Refletir e compreender são, para Mac Dowell, as lições deixadas pelo padre. “Trabalhou muito, escreveu, deu cursos para esclarecer as pessoas sobre o sentido da vida”, pontuou o amigo.
Religioso ficou famoso no início dos anos 2000 quando participou do Fantástico, na TV Globo. No programa, ele desvendava fenômenos da natureza e “desmascarava charlatões”
Trajetória
Oscar Quevedo nasceu em 1930, em Madri, na Espanha. Ainda no país, aos 15 anos, ingressou na Companhia de Jesus. Aos 29, chegou ao Brasil e conseguiu a nacionalidade em 1960. Foi professor universitário em São Paulo, onde morou a maior parte da vida.
No início dos anos 2000, o jesuíta participou do quadro “Caçador de enigmas”, no programa Fantástico, da TV Globo. Na atração, ele buscava desvendar fenômenos da natureza, a partir de explicações científicas, e desmascarar pessoas que se diziam “paranormais”.
Por causa do trabalho, o padre ficou conhecido pelo bordão “isso non ecziste”. Quevedo estava afastado da TV desde 2011.
Manifestações
Em nota, a Província dos Jesuítas do Brasil demonstrou pesar pela morte do religioso. A Arquidiocese de Belo Horizonte também fez uma publicação pedindo que “Deus, em sua infinita misericórdia, receba Quevedo, importante servidor da Igreja”.
De acordo com a Faje, o jesuíta estava na residência Irmão Luciano Brandão quando passou mal, na madrugada de ontem. Ele morreu no local.
O velório é aberto ao público, no auditório da Faje (avenida Dr. Cristiano Guimarães, 2.127). O sepultamento será no Cemitério Bosque da Esperança, também na região Norte da capital, terá o acesso liberado.