Filho de empresários que morreram em acidente aéreo em Minas é denunciado pela 'Lava Jato'

O empresário mineiro Rodolfo Gianetti Geo, controlador do grupo ARG, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) na operação "Lava Jato" por lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A denúncia, que também acusa o ex-presidente Lula por lavagem de dinheiro, foi apresentada nesta segunda-feira (26), mesmo dia em que os pais do empresário morreram em um acidente aéreo em Jequitaí, no Norte de Minas Gerais.
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Adolfo Geo e Margarida Giannetti Geo, pais de Rodolfo, viajavam em uma aeronave de pequeno porte que caiu logo antes de pousar em uma fazenda de propriedade da família na cidade do Norte de Minas. Além do casal, o piloto e o co-piloto também morreram.
O acidente cancelou a coletiva de imprensa que os procuradores do caso em São Paulo dariam para explicar a denúncia. De acordo com a Procuradoria da República do Estado, os agentes não vão se manifestar nesta segunda-feira em respeito ao luto do denunciado. O órgão ainda não definiu uma nova data.
Acusações
A denúncia do MPF aponta o envolvimento de Rodolfo em um esquema que teria influenciado a contratação da construtora ARG em obras na Guiné Equatorial, entre 2011 e 2012. O empresário teria doado R$ 1 milhão ao Instituto Lula, dinheiro que teria servido para influenciar na decisão do governante do país africano, Teodoro Obiang, em favor do grupo brasileiro.
O MPF baseou as acusações em trocas de e-mails envolvendo  Miguel Jorge, ex-ministro do Desenvolvimento do governo Lula, a diretora do Instituto Lula, Clara Ant, além de Giannetti Geo. As provas foram recolhidas durante a busca e apreensão realizada na sede do instituto durante a Operação Aletheia, 24ª fase da "Operação Lava Jato", em março de 2016.
Defesas
Maurício Campos Júnior, advogado responsável pela defesa do empresário, informou que ainda não teve acesso à denúncia, mais adiantou que o MPF protocolou a acusação sem ouvir Rodolfo. "Ele se ofereceu à Procuradoria de São Paulo para prestar depoimento, mas pelo que se vê, a denúncia foi feita antes dele ser ouvido. Se tivessem ouvido, talvez não teríamos essa situação hoje", pontuou.
Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, classificou a denúncia como “continuidade a uma perseguição política”. De acordo com o defensor do ex-presidente, não existem elementos que demonstrem que Lula tenha cometido qualquer ilegalidade.
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Fatalidade
O acidente que matou o empresário Adolfo Geo, proprietário de empresas dos setores da construção civil e criação de gado, sua esposa, Margarida Giannetti Geo, e o piloto e o co-piloto da aeronave, aconteceu pouco antes das 8h desta segunda-feira (26). Segundo o Corpo de Bombeiros, a aeronave pertencia ao empresário e havia decolado do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. A queda aconteceu no momento do pouso, que seria feito na Fazenda Fortaleza Santa Terezinha, também de propriedade de Geo.
Equipes do Corpo de Bombeiros de Pirapora fizeram o primeiro atendimento no local do acidente. Uma aeronave dos bombeiros de Montes Claros também foi deslocada para o local. A perícia da Polícia Civil esteve no local e encaminhou os corpos ao Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros.
A aeronave foi fabricada pela empresa Learjet, tinha capacidade para oito passageiros e matrícula PP-OEG. As investigações serão realizadas pelo Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). A investigação vai coletar dados, fotografar cenas, retirar partes da aeronave para análise, reunir documentos e ouvir relatos de pessoas que possam ter observado a sequência de eventos.

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