Adeus a um Ícone: Morre Brigitte Bardot, a estrela que trocou o cinema pela causa animal, aos 91 anos

Musa absoluta das décadas de 50 e 60 e símbolo da emancipação feminina, BB dedicou as últimas cinco décadas de sua vida à proteção dos animais através de sua fundação.

O mundo do entretenimento e do ativismo ambiental está em luto. A lendária atriz francesa Brigitte Bardot, uma das figuras mais influentes do século XX, faleceu aos 91 anos. A notícia foi confirmada oficialmente pela Fundação Brigitte Bardot na manhã deste domingo (28), por meio de um comunicado enviado à agência de notícias AFP.

O Fim de uma Era

Embora vivesse reclusa em sua propriedade na Riviera Francesa há anos, Bardot enfrentou problemas de saúde recentemente. Em outubro, ela chegou a ser hospitalizada devido a dificuldades respiratórias. Em novembro, a atriz ainda demonstrou sua habitual firmeza ao divulgar um comunicado desmentindo boatos sobre seu falecimento, afirmando estar "bem dentro do possível".

A causa exata da morte e o local do sepultamento ainda não foram detalhados pela família, mas acredita-se que ela tenha partido em sua residência em Saint-Tropez, onde vivia cercada por seus animais.

De Sex Symbol a Ícone Cultural

Nascida em Paris, em 1934, Bardot começou sua carreira como modelo antes de incendiar as telas do cinema. Sua ascensão ao estrelato global ocorreu em 1956, com o filme "E Deus Criou a Mulher", dirigido por seu então marido, Roger Vadim.

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Com sua beleza natural, cabelos loiros desalinhados e uma atitude rebelde, ela quebrou os padrões de comportamento da época, tornando-se o rosto da nova liberdade feminina na França e no mundo. Ao longo de sua carreira, participou de aproximadamente 50 filmes, colaborando com diretores renomados como Jean-Luc Godard e Louis Malle.

A Renúncia ao Estrelato

Diferente de muitas estrelas de sua magnitude, Bardot decidiu abandonar a carreira no auge, aos 39 anos, alegando estar exausta da perseguição dos paparazzi e da "superficialidade" da fama.

Sua transição para o ativismo não foi planejada, mas sim um despertar emocional ocorrido no set de seu último filme, "A Edificante e Alegre História de Colinot". Ao presenciar o sofrimento de uma cabra que seria enviada ao matadouro, Bardot comprou o animal para salvá-lo, chegando a escondê-lo em seu quarto de hotel. A partir dali, ela declarou: "Dei minha juventude e minha beleza aos homens; darei agora minha sabedoria e minha experiência aos animais".

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O Legado da Fundação Brigitte Bardot

Em 1986, ela fundou a entidade que leva seu nome, financiando a organização com o leilão de suas joias e pertences pessoais. A Fundação Brigitte Bardot tornou-se uma das maiores forças de proteção animal do mundo, combatendo:

  • O comércio de peles de focas no Canadá;

  • O uso de peles na indústria da moda;

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  • Testes de cosméticos em animais;

  • O consumo de carne de cavalo na Europa.

Uma Figura de Contrastes

Nos últimos anos, Bardot também foi alvo de polêmicas por suas opiniões políticas conservadoras e críticas severas à imigração e ao Islã na França, o que lhe rendeu diversas multas por incitação ao ódio. No entanto, para o público francês e para os amantes do cinema, ela permanece como a "Mariane" da França (o símbolo da República), uma mulher que viveu sob suas próprias regras e deixou um impacto indelével na cultura pop e na ética ambiental.

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"Minha vida foi uma luta constante contra a estupidez humana. Se hoje os animais têm voz, é porque eu escolhi o silêncio do cinema para gritar por eles." — Brigitte Bardot (1934 - 2025)

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