BELO HORIZONTE, MG – Uma operação sofisticada de cibercrime permitiu a fuga de quatro detentos do sistema prisional de Belo Horizonte. O esquema, que veio a público nesta terça-feira (23), baseou-se na apresentação de alvarás de soltura falsificados, gerados a partir de uma invasão hacker aos sistemas de controle do Poder Judiciário.
A Prisão e a Caçada
Na manhã desta terça-feira, as forças de segurança conseguiram localizar e recapturar um dos fugitivos. No entanto, a polícia mantém um cerco fechado em busca dos outros três homens que continuam foragidos. Por questões de segurança e para não comprometer as diligências, o nome da unidade prisional de onde eles saíram e a data exata da evasão ainda são mantidos em sigilo pelas autoridades.
O "Cérebro" por trás do Crime
As investigações apontam que a fraude foi coordenada por um hacker que já se encontrava custodiado. Este indivíduo já era alvo de uma operação realizada no início de dezembro, sob suspeita de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Mesmo sob custódia, o grupo liderado por ele conseguiu:
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Sequestrar credenciais: Utilizaram acessos de magistrados e servidores do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
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Manipular Bancos de Dados: Alteraram mandados de prisão e emitiram alvarás indevidos no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP).
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Acessar Sistemas Restritos: O grupo invadiu ferramentas sensíveis como o Sisbajud (ativos financeiros) e o Renajud (restrição de veículos).
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Diversificação de Golpes
Além da soltura ilegal de criminosos, o inquérito revela que a organização criminosa possuía tentáculos em outras frentes ilícitas. O grupo é suspeito de aplicar o "golpe do falso advogado" — onde contatam familiares de presos solicitando pagamentos para agilizar processos — além de cometer fraudes financeiras de larga escala contra empresas e instituições bancárias.
Resposta do Judiciário
Em nota oficial, o TJMG informou que o esquema foi detectado rapidamente. "Todas as ordens judiciais irregulares foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas", afirmou o tribunal. A instituição reforçou que trabalha em colaboração direta com as forças de segurança estaduais e federais para garantir a integridade dos sistemas e a recaptura dos envolvidos.
O Tribunal reiterou ainda sua confiança nos sistemas administrados pelo CNJ e garantiu que a vigilância foi redobrada para prevenir novas violações cibernéticas.
Destaque para sua Redação:
Como denunciar: Caso tenha informações sobre o paradeiro dos foragidos, a população pode entrar em contato de forma anônima através do Disque Denúncia 181.