Alexandre de Moraes teria atuado junto ao BC em defesa do Banco Master antes de caso chegar ao STF

Relatórios apontam que o ministro do STF contatou Gabriel Galípolo diversas vezes para tratar de fusão bilionária; contrato milionário do escritório da esposa do ministro com a instituição fi

Novas revelações publicadas pela jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, trouxeram à tona uma série de interações atípicas entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O centro das conversas seria a situação do Banco Master, instituição controlada pelo empresário Daniel Vorcaro, que enfrentava entraves regulatórios antes de sua eventual liquidação.

Detalhes das Interlocuções

De acordo com a apuração, Moraes teria procurado Galípolo em pelo menos quatro ocasiões. O cronograma dos contatos detalha:

  • Três contatos telefônicos: Onde o ministro teria buscado informações e defendido a viabilidade da instituição.

  • Um encontro presencial: Realizado em um momento em que o caso ainda não tramitava oficialmente na Corte Suprema.

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O objetivo central dos contatos de Moraes seria interceder pela aprovação de uma negociação estratégica: a compra de ativos do Banco Master pelo BRB (Banco de Brasília). Na época, a operação era vista como uma saída para os problemas de liquidez do Master.

O Alerta do Banco Central: Fraude de R$ 12 Bilhões

A resposta de Gabriel Galípolo, no entanto, foi técnica e contundente. O presidente do BC teria informado ao ministro que o corpo técnico da autoridade monetária identificou graves indícios de fraude.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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"Os técnicos do BC detectaram irregularidades no repasse de cerca de R$ 12 bilhões em créditos do Master para o BRB. O volume de inconsistências tornava a aprovação do negócio tecnicamente inviável perante as normas do sistema financeiro nacional."

Ao ser confrontado com a gravidade dos dados, Moraes teria recuado, admitindo que, diante da comprovação das fraudes, a operação não poderia prosperar. A reportagem afirma que essas informações foram confirmadas por seis fontes distintas, incluindo integrantes do Banco Central e pessoas próximas ao próprio ministro.

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Conflito de Interesses e Contrato de R$ 130 Milhões

O caso ganha contornos ainda mais sensíveis devido à revelação de um possível conflito de interesses envolvendo o núcleo familiar do magistrado. O escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, mantinha um contrato de prestação de serviços com o Banco Master.

Os números do contrato:

Com a liquidação da instituição financeira determinada pelo Banco Central, os pagamentos teriam sido interrompidos. O fato de o ministro ter atuado informalmente junto ao BC enquanto sua esposa possuía um contrato vultoso com a parte interessada acendeu alertas sobre ética e imparcialidade.

Repercussão Institucional

O que mais preocupa observadores jurídicos e políticos é o timing das conversas. Os diálogos ocorreram antes de qualquer ação formal chegar ao STF. O caso só viria a ser protocolado na Corte mais tarde, por meio de uma ação encaminhada pelo ministro Dias Toffoli.

A revelação coloca pressão sobre o STF e o Banco Central, em um momento em que a independência das instituições e a lisura nos processos de fiscalização bancária são temas centrais no debate público brasileiro. Até o momento, as assessorias dos envolvidos não emitiram notas oficiais detalhando o teor jurídico das conversas.

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