Uma acusação explosiva envolvendo Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o lobista preso Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, veio à tona e promete esquentar o debate político. De acordo com relatos obtidos por interlocutores de uma testemunha-chave, os supostos repasses de dinheiro para Lulinha teriam sido realizados em Portugal e canalizados por meio de uma empresa de maconha medicinal.
A denúncia, que já chegou à Polícia Federal (PF) e à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, aponta para pagamentos que totalizariam R$ 25 milhões, além de uma “mesada” mensal de R$ 300 mil destinada ao filho do presidente.
O Elo da World Cannabis e a Operação
A empresa utilizada, a World Cannabis, tem sua sede em Brasília e pertence ao próprio Antonio Carlos Camilo Antunes e seu filho. O “Careca do INSS” está detido desde setembro sob a acusação de ser o pivô de um esquema bilionário de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele é suspeito de intermediar o pagamento de propina de associações de aposentados a dirigentes do INSS, resultando em descontos indevidos em milhões de aposentadorias, conforme revelado em investigação anterior.
O autor das acusações é Edson Claro, ex-funcionário de um escritório da World Cannabis em São Paulo. Claro, que atua na área de medicamentos há décadas, afirma ter sido ameaçado de morte pelo lobista após pedir demissão da empresa. Sua saída ocorreu logo após a deflagração da Operação Sem Desconto pela PF, em 23 de abril, visando combater as fraudes no INSS.
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Acusações sem Provas Materiais e o Papel de Roberta Luchsinger
Embora Edson Claro tenha fornecido pistas e detalhes aos investigadores da PF, a apuração inicial indica que ele não teria apresentado provas materiais diretas dos supostos repasses a Lulinha.
Em seus depoimentos, Claro alega não ter conhecido Fábio Luís diretamente, mas menciona ter tido contato com Roberta Luchsinger. Herdeira de um banco suíço e notoriamente ligada ao PT, Roberta é apontada como a pessoa que teria atuado junto com o "Careca do INSS" em lobby para uma empresa do setor de saúde.
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Conexão Financeira e Política: Roberta Luchsinger ganhou destaque em 2017 ao prometer uma doação de R$ 500 mil a Lula, em um momento em que o presidente estava com bens bloqueados pela Operação Lava Jato.
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"Presentes" Suspeitos: Segundo os relatos, Roberta teria recebido diversos presentes do lobista Antunes, inclusive itens de alto valor e até mesmo roupas para cachorro, o que sugere um relacionamento próximo. Ela é vista como um possível elo de ligação entre o lobista e o filho do presidente.
CPMI do INSS Recebe Denúncia, mas Rejeita Convocação
A denúncia de Edson Claro sobre a suposta "mesada" para Lulinha chegou à CPMI do INSS, onde o ex-funcionário se encontrou com o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e com o presidente, senador Carlos Vianna (Podemos-MG).
No entanto, em uma votação realizada nesta quinta-feira (4/12), a CPMI rejeitou a convocação de Fábio Luís Lula da Silva. Por 19 votos favoráveis a 12 votos contrários, a comissão impediu que Lulinha fosse ouvido.
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O requerimento para a convocação, apresentado por parlamentares do partido Novo, citava indícios que ligariam operadores da "Farra do INSS" ao filho do presidente. Um dos casos mencionados envolve Ricardo Bimbo, dirigente do PT, que teria recebido mais de R$ 8,4 milhões de uma empresa supostamente ligada ao esquema de fraude e, no mesmo período, teria efetuado um pagamento a um contador de Lulinha. A oposição argumenta que essa conexão exige esclarecimentos, mas a base governista conseguiu barrar a convocação.
O caso segue em investigação na Polícia Federal, e a CPMI continuará apurando as fraudes no INSS, mantendo o foco nas conexões financeiras e políticas.
