Terror na Grande BH: Ônibus é Incendiado em Vespasiano em Ato de Vingança com Ameaças a Juíza

A noite da última terça-feira (4), foi marcada por um ato de violência e terror que paralisou a rotina no bairro Nova Iorque, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Um ônibus que fazia a linha 634 (Nova Pampulha/Vespasiano) foi completamente destruído por um incêndio criminoso, em um ataque que as autoridades investigam como uma possível retaliação ligada ao sistema prisional do estado.

O crime ocorreu por volta das 20h45, cerca de 15 minutos antes do horário previsto para a última saída do coletivo. De acordo com o relato do motorista à Polícia Militar (PMMG), três homens encapuzados foram os responsáveis pela ação.

 

O Ataque e a Carta de Ameaça

 

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Segundo testemunhas, os criminosos agiram de forma rápida e coordenada. Moradores da Avenida Lauro Soares, local do incidente, informaram que os criminosos chegaram ao local em uma motocicleta e a pé, carregando um galão de combustível.

O motorista do ônibus, que estava sozinho no veículo, foi abordado sob a mira de uma arma de fogo. Um dos assaltantes apontou a arma, ordenou que ele descesse imediatamente e, antes de atear fogo, entregou-lhe uma carta com ameaças, proferindo as palavras: “Não é nada contra você”. A ação visava deliberadamente o veículo, não a integridade física do funcionário.

Após a saída do motorista, o trio espalhou o combustível e ateou fogo ao coletivo. As chamas se alastraram rapidamente, consumindo o ônibus em questão de minutos.

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Rede Elétrica Atingida e Prejuízos à População

 

O incêndio foi de grandes proporções, gerando uma nuvem de fumaça densa e labaredas que assustaram a vizinhança. O calor intenso e o fogo atingiram a rede elétrica na avenida, causando a interrupção do fornecimento de energia em parte do bairro Nova Iorque e arredores. Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais foram acionadas e trabalharam por horas para debelar o fogo.

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A companhia energética Cemig teve que mobilizar equipes de emergência para restabelecer a energia, o que só foi concluído durante a madrugada desta quarta-feira (5). Além do prejuízo material total ao ônibus, a comunidade local sofreu com a falta de luz e a interrupção temporária do trânsito na via.

 

O Conteúdo da Carta: Denúncias e o "Bonde dos Malucos"

 

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A perícia técnica da Polícia Civil esteve no local e recolheu a carta de ameaças, que se tornou a principal peça de evidência da investigação. O documento é endereçado nominalmente à juíza da comarca responsável pela fiscalização do Presídio Antônio Dutra Ladeira, localizado em Ribeirão das Neves, também na RMBH.

O texto da carta, cujo teor detalhado não foi divulgado, faria denúncias graves sobre supostas violações de direitos e abusos cometidos contra os detentos da unidade prisional. A autoria do ataque foi reivindicada por meio da sigla “BDM”, que, segundo as forças de segurança, é uma referência ao grupo criminoso “Bonde dos Malucos”. A Polícia Civil investiga a real ligação da sigla com a facção e se o ataque foi efetivamente orquestrado de dentro ou por pessoas ligadas aos detentos da referida unidade.

 

 Resposta do Estado e do SETRABH

 

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), emitiu nota oficial informando que acompanha de perto os desdobramentos do caso.

O Depen-MG destacou que o ataque será objeto de investigação prioritária pela Polícia Civil para confirmar se há uma correspondência direta entre a ação criminosa e o sistema prisional. A secretaria aproveitou para rebater as alegações da carta, afirmando que a unidade Antônio Dutra Ladeira é regularmente fiscalizada por órgãos de controle, como o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e que não há registros de falta de atendimento médico na unidade, que recentemente teve suas instalações de saúde reformadas. A Sejusp detalhou, ainda, que os horários de visitação são rigidamente mantidos, com previsão de extensão em casos de atrasos operacionais.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SETRABH) também se manifestou, divulgando uma nota de repúdio veemente ao ato criminoso. A entidade lamentou os graves prejuízos causados ao sistema de transporte e, principalmente, à população que depende da linha 634. O SETRABH declarou total confiança nas investigações para a rápida identificação e responsabilização dos envolvidos neste ataque à segurança pública.

Até o momento, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) não efetuou nenhuma prisão relacionada ao incêndio. As investigações estão em curso para identificar e localizar os três homens encapuzados e determinar a origem e a veracidade das ameaças contidas na carta.

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