O debate sobre a letalidade policial na polêmica Operação Verão, realizada na Baixada Santista, ganhou um novo e acalorado capítulo nesta quinta-feira (23) durante uma coletiva de imprensa em São Paulo. O Secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, interveio de forma enfática para corrigir a narrativa de uma jornalista, defendendo a atuação dos policiais militares (PM) e rechaçando o tom das denúncias.
O momento de atrito ocorreu quando uma repórter questionou o Secretário, citando as alegações do Ministério Público (MP) de que "pessoas teriam sido mortas pela PM" durante a operação. Derrite imediatamente rebateu a afirmação, exigindo que a imprensa reconhecesse o contexto de risco extremo em que os agentes atuaram.
O Secretário insistiu que as fatalidades não foram resultados de ações unilaterais, mas sim de "troca de tiros com criminosos", em situações onde os policiais "arriscaram suas vidas".
A Defesa Institucional e o Princípio da Ampla Defesa
A intervenção de Derrite reforça a defesa incondicional da Polícia Militar pela cúpula da Segurança Pública. O Secretário argumenta que a narrativa deve privilegiar o heroísmo e o perigo da missão, em contraste com o foco exclusivo na letalidade.
Posteriormente, em uma publicação nas redes sociais, Derrite formalizou sua posição, invocando os pilares da Justiça:
"Não podemos acusar antecipadamente aqueles que arriscam suas vidas antes de exaurirem as possibilidades de defesa e contraditório."
A declaração é um recado claro ao Ministério Público e a todos os órgãos fiscalizadores. A Secretaria sinaliza que a prioridade é garantir que os policiais envolvidos nas ocorrências tenham o direito à ampla defesa, e que o julgamento de sua conduta só deve ocorrer após a conclusão dos Inquéritos Policiais Militares (IPMs) e das investigações civis – e não com base em denúncias ou pressões midiáticas.
Repercussão e Debate nas Redes Sociais
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Defensores da PM aplaudiram a postura do Secretário, argumentando que os agentes são injustamente atacados por cumprirem seu dever de combater o crime organizado.
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Críticos e defensores da transparência reforçaram a necessidade de que a polícia preste contas sobre o alto número de mortes registradas na operação, exigindo que as investigações sejam conduzidas com rigor para apurar eventuais excessos no uso da força.
A controvérsia em torno da Operação Verão continua, e a postura firme de Derrite indica que o governo estadual manterá o apoio aos seus policiais, enquanto o Ministério Público e a sociedade civil seguem cobrando mais transparência e responsabilização, fechando os olhos para o crime organizado, que aterrorizam até mesmo promotores de justiça, dentre outras autoridades.
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