Em tom de Brincadeira, Bolsonaro Surpreende ao Convidar Moraes para Ser Vice em 2026 Durante Interrogatório no STF

Em um dia marcado por tensões e expectativas, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protagonizou um momento inusitado durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira (10). Em meio ao depoimento sobre a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, Bolsonaro, em tom de brincadeira, convidou o ministro Alexandre de Moraes para ser seu vice na eleição presidencial de 2026. A cena, permeada por um sorriso, teve uma resposta bem-humorada de Moraes, que, no entanto, recusou a oferta.

O Contexto do Interrogatório

O depoimento de Bolsonaro ocorreu no âmbito do inquérito que investiga a alegada tentativa de subversão da ordem democrática após sua derrota nas urnas em 2022. O ex-presidente, atualmente inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi interrogado na condição de réu, respondendo a perguntas sobre seu envolvimento em ações que visariam contestar o resultado eleitoral.

Pedido de Desculpas por Declarações Passadas

Além do convite inusitado, outro momento marcante do interrogatório foi o pedido de desculpas de Bolsonaro por declarações proferidas em uma reunião realizada em julho de 2022. Na ocasião, o ex-presidente sugeriu que os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes poderiam estar envolvidos em um esquema de recebimento de dinheiro para fraudar as eleições. Vale lembrar que Fachin presidiu o TSE em 2021 e Moraes, em 2022.

“Não tem indício nenhum, ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei. Então, me desculpem, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três”, declarou Bolsonaro, após a leitura de um trecho do vídeo da reunião. Ele reiterou que a acusação não procede.

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Negação de Envolvimento em Tentativa de Golpe

No início do depoimento, Bolsonaro negou veementemente qualquer participação em uma tentativa de golpe. “Não procede a acusação”, afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por conduzir o inquérito. O magistrado questionou o ex-presidente sobre declarações públicas e internas que indicavam uma articulação para disseminar a narrativa de fraude eleitoral.

Em sua defesa, Bolsonaro mencionou declarações de autoridades como o então ministro Flávio Dino e o presidente do PDT, Carlos Lupi, que, segundo ele, também teriam feito críticas ao sistema eleitoral em diferentes momentos. Durante o interrogatório, Bolsonaro repetiu a expressão que se tornou uma marca de seu governo: “Joguei dentro das quatro linhas da Constituição”.

Outros Investigados no Caso

Além de Bolsonaro, outros sete investigados, considerados como parte do "núcleo crucial" da suposta trama golpista, serão ouvidos pelo STF ao longo desta semana. Todos são investigados por supostamente tentarem subverter a ordem democrática com o objetivo de manter Bolsonaro no poder, mesmo após a confirmação do resultado das urnas. A ordem dos interrogatórios segue o critério alfabético, com exceção do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que foi interrogado anteriormente por ter firmado um acordo de delação premiada.

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Lista dos Investigados e suas Funções

  • Mauro Cid: Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator.
  • Alexandre Ramagem: Deputado federal e ex-diretor da Abin.
  • Almir Garnier: Ex-comandante da Marinha.
  • Anderson Torres: Ex-ministro da Justiça.
  • Augusto Heleno: Ex-ministro do GSI.
  • Jair Bolsonaro: Ex-presidente da República.
  • Paulo Sérgio Nogueira: Ex-ministro da Defesa.
  • Walter Braga Netto: Ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

A sequência de depoimentos promete trazer à tona novos detalhes sobre a investigação e esclarecer o papel de cada um dos envolvidos na suposta tentativa de golpe.

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