Lula rejeita proposta dos EUA para classificar PCC e CV como terroristas

Na última terça-feira (6), uma importante reunião ocorreu entre representantes do governo do ex-presidente Donald Trump e técnicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O encontro teve como foco central o combate a organizações criminosas e a discussão sobre a possibilidade de classificar certos grupos como terroristas.

Facções brasileiras não são consideradas terroristas

Durante a reunião, os técnicos brasileiros informaram os representantes dos EUA que, de acordo com a legislação brasileira, facções como o Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) não podem ser classificadas como organizações terroristas. Em vez disso, esses grupos são considerados meras organizações criminosas, cujo objetivo principal reside na obtenção de lucros através de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e armas.

A comitiva dos Estados Unidos, que está em Brasília para uma série de encontros sobre segurança e cooperação internacional, apresentou sua posição favorável à reclassificação dessas organizações, mencionando especificamente o PCC e o CV como exemplos de grupos que eles acreditam dever estar sob a legislação de terrorismo, semelhante ao que já ocorre com outros grupos latino-americanos, como a venezuelana Tren de Aragua.

Dossiê de Flávio Bolsonaro

Na véspera da reunião, a delegação norte-americana recebeu um dossiê elaborado pelas Secretarias de Segurança Pública de São Paulo e do Rio de Janeiro. Esse documento, entregue pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ressalta a relação entre as atividades do CV e PCC e o terrorismo, indicando supostos vínculos com o grupo terrorista Hezbollah, conhecido por suas atividades militantes no Oriente Médio.

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Imigração e segurança

A imigração também foi um dos tópicos discutidos, destacando-se como uma das bandeiras da administração Trump em seu segundo mandato. Os representantes norte-americanos expressaram preocupação em relação à segurança nas fronteiras e ao fluxo de imigrantes, considerando a relação entre segurança nacional e a presença de organizações criminosas.

Participantes da reunião

Representantes Origem
Técnicos do MJSP Brasil
Técnicos da administração Trump Estados Unidos

O encontro contou com a participação de sete técnicos de cada lado, evidenciando o interesse em fortalecer o diálogo entre Brasil e Estados Unidos no enfrentamento ao crime organizado e na busca de soluções eficazes para a segurança pública nas duas nações. O governo brasileiro, por sua vez, reforçou a importância de tratar as facções criminosas dentro dos limites legais estabelecidos e enfatizou a necessidade de uma abordagem que respeite a soberania nacional.

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