A Polícia Federal (PF) iniciou investigação sobre denúncias de irregularidades envolvendo ONGs contratadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social para o programa Cozinha Solidária, que visa distribuir refeições para a população em situação de vulnerabilidade. A denúncia, inicialmente revelada pelo Jornal O Globo, aponta que as ONGs supostamente não estariam entregando as refeições, e os endereços informados para a produção e distribuição não correspondem à realidade.
Valor do contrato e suspeita de repasse de verbas
O Ministério do Desenvolvimento Social firmou um contrato de R$ 5,6 milhões com uma ONG liderada por José Renato Varjão, ex-assessor parlamentar do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP). A suspeita é de que essa ONG esteja repassando verbas para outras entidades, também ligadas a membros ou ex-membros de gabinetes petistas, para a execução do programa. A oposição questiona a existência dessas ONGs subcontratadas e a forma como a prestação de contas está sendo realizada.
Acionamento da PGR e TCU
Parlamentares da oposição, como o deputado Sanderson (PL-RS), acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Tribunal de Contas da União (TCU) para que investiguem o caso. Segundo Sanderson, a suspeita é de que se trate de um "esquema de corrupção" envolvendo a contratação de ONGs fantasmas, já que as quentinhas não estariam sendo entregues à população carente.
"O acordo prevê a distribuição de quentinhas para pessoas em vulnerabilidade social e não estariam sendo entregues. Então seria, pelo que nós vimos, uma contratação fantasma e, por isso, a oposição já encaminhou pedidos de providências para o Ministério Público Federal, PGR e para o TCU para que essa situação toda, que pode ser sim um grande esquema de corrupção, possa ser desvendado, apurado", afirmou o deputado Sanderson.
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Endereços falsos e falta de resposta
José Renato Varjão, responsável pela ONG principal contratada pelo ministério, não foi localizado pela reportagem da CBN para prestar esclarecimentos. As ONGs subcontratadas, por sua vez, informaram endereços que, segundo a denúncia, não correspondem a locais de produção e distribuição de alimentos.
Ministério confirma investigação e envia equipe para vistoria
O Ministério do Desenvolvimento Social, comandado pelo ministro Wellington Dias, confirmou o acionamento da Polícia Federal e afirmou, em nota, que "qualquer irregularidade será fortemente fiscalizada e reprimida". O ministério também informou que enviou uma equipe para vistoriar as unidades indicadas pelas ONGs. A Polícia Federal ainda não se manifestou sobre o caso.