Na manhã deste domingo (15), o aparelho de ressonância magnética da Santa Casa de Formiga foi retirado de suas instalações após o cumprimento de uma determinação judicial relacionada a uma causa trabalhista. A medida tem gerado grande repercussão e preocupação entre os moradores de Formiga e cidades vizinhas, que dependiam do equipamento para realizar exames de alta precisão.
Ação judicial e penhora do equipamento
De acordo com informações obtidas pelo portal da 93, a decisão judicial envolve uma ação trabalhista movida por médicos que prestaram serviços à Santa Casa de Formiga durante o período em que a instituição administrava a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis. Após o rompimento do contrato entre a Santa Casa e a UPA, diversos profissionais de saúde entraram com ações na Justiça contra a instituição. Embora muitos processos tenham sido indeferidos, dois médicos conseguiram decisões favoráveis.
Um desses processos resultou na condenação da Santa Casa a pagar uma indenização de R$ 600 mil a um dos médicos. Como a instituição não possuía os recursos para quitar a dívida, a Justiça determinou a penhora do aparelho de ressonância magnética, um dos ativos mais valiosos da entidade. O equipamento, adquirido em 2016 com 100% de recursos próprios da Santa Casa, foi leiloado no mês passado, e neste domingo (15) foi removido para ser entregue ao novo proprietário.
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Impacto na saúde da população
O aparelho de ressonância magnética desempenhava um papel fundamental no atendimento de saúde na cidade de Formiga e em municípios vizinhos. Ele era o único equipamento de seu tipo na Santa Casa, responsável por realizar exames essenciais para diagnósticos precisos de diversas condições de saúde, como doenças neurológicas, ortopédicas e cardíacas. A perda do aparelho representa um grande retrocesso para a rede de saúde local.
Com a retirada do equipamento, os pacientes de Formiga que necessitam desse tipo de exame terão que buscar alternativas em outras cidades, sendo Divinópolis a mais próxima, localizada a cerca de 60 km de distância. Além da distância, as filas de espera em outras localidades também tendem a aumentar, agravando o tempo de atendimento para esses exames especializados.
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A direção da Santa Casa lamentou profundamente a situação e ressaltou que o custo de um novo aparelho de ressonância magnética gira em torno de R$ 4,5 milhões. “É uma perda imensa para o sistema de saúde local. Fizemos o possível para evitar a penhora, mas, infelizmente, o cumprimento da decisão judicial foi inevitável”, afirmou.
Repercussão entre a população
A retirada do aparelho gerou uma onda de indignação e preocupação entre os moradores de Formiga e das cidades vizinhas.
Possíveis soluções e desafios
A Santa Casa de Formiga, assim como outras instituições filantrópicas de saúde, enfrenta dificuldades financeiras constantes, em grande parte devido à baixa remuneração por parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e à alta demanda de atendimentos. A perda do aparelho de ressonância magnética impõe um novo desafio à gestão do hospital, que agora precisará buscar alternativas para restabelecer esse serviço essencial à população.
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Entre as possíveis soluções estão a captação de recursos através de doações, campanhas de arrecadação ou parcerias com entidades privadas e governamentais. No entanto, o valor elevado de um novo equipamento, aliado às dificuldades econômicas enfrentadas pela instituição, torna esse objetivo desafiador no curto prazo.
Além disso, a situação também levanta discussões sobre a necessidade de maior apoio governamental para as instituições de saúde que atendem a população pelo SUS. A falta de recursos para investimentos em infraestrutura e tecnologia de saúde compromete a qualidade do atendimento oferecido, deixando pacientes à mercê de longas esperas e deslocamentos para outras regiões.
