Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação "Terceiro Tempo", com o objetivo de desmantelar o crime organizado e o tráfico de drogas em Minas Gerais. A ação não se restringiu ao estado mineiro e se estendeu também a cidades dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, como parte de uma força-tarefa nacional no combate ao comércio ilegal de entorpecentes.
A operação é resultado de uma investigação realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Minas Gerais (FICCO-MG). As investigações trouxeram à tona evidências contundentes da atuação de um grupo criminoso com ramificações em diversas localidades. O grupo estava envolvido em uma vasta rede de crimes, incluindo o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e possivelmente outros crimes relacionados à violência e à corrupção.
Durante a operação, 25 mandados de prisão e 31 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversas cidades, com destaque para as cidades mineiras de Uberaba e Araxá, ambas situadas no Triângulo Mineiro. Em Mato Grosso do Sul, a cidade de Naviraí também foi alvo das diligências, por ser um ponto estratégico no trânsito de drogas provenientes da fronteira com o Paraguai, uma rota comumente utilizada pelos traficantes.
Além das ações externas, a operação também teve um foco interno, com mandados sendo cumpridos em unidades prisionais. Em Formiga, no Centro-Oeste de Minas, e na cidade de Franca, no estado de São Paulo, dois indivíduos que já estavam detidos foram alvos de novas medidas judiciais, comprovando a continuidade da influência criminosa mesmo dentro dos presídios. A ação nessas unidades prisionais evidencia a complexidade das operações, que muitas vezes envolvem detentos articulando o tráfico de dentro das cadeias.
A operação Terceiro Tempo contou com a mobilização de 180 policiais, divididos entre as forças federais e estaduais. Esse número expressivo de agentes reflete a magnitude da ação e a gravidade das atividades criminosas em questão. O trabalho é um desdobramento de duas operações anteriores, Contra-Ataque I e II, que ocorreram em novembro de 2023 e abril de 2024, respectivamente. Nessas fases anteriores, 29 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão foram cumpridos, visando desarticular uma facção criminosa que dominava o tráfico de drogas na região de Uberaba.
A FICCO/MG, que coordenou a operação, é composta por diversas forças de segurança pública, como as polícias Civil, Militar e Penal, além da Polícia Federal, atuando em uma dinâmica de cooperação e integração que tem se mostrado eficaz no combate ao crime organizado em Minas Gerais. A descentralização das operações tem sido uma estratégia fundamental para o enfrentamento de facções que operam em várias regiões do estado, muitas vezes em conexão com outros estados e até países.