Funcionários denunciam uso recorrente de maconha em escola alvo de ação da PM em BH

A situação é tão grave, que, durante a ida à escola, a equipe de reportagem de O Tempo encontrou uma porção de maconha em um vaso de plantas localizado dentro da instituição

O uso de maconha durante o horário de aulas na Escola Estadual Vinícius de Moraes, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, não é um problema pontual. Após a abordagem da Polícia Militar, que gerou revolta e confronto com os estudantes do turno da noite, nessa segunda-feira (22), uma pessoa que trabalha na instituição de ensino enfatizou que a situação é recorrente. “É um caso sério. Está complicado demais. Todos os dias vimos os alunos fazendo uso da droga. A polícia sempre vem fazer o patrulhamento, mas não resolve”, contou a fonte, que pediu anonimato.

A reportagem de O Tempo foi até à escola na manhã desta terça-feira (23). A direção de ensino não se pronunciou sobre o caso e disse que a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE) prestaria os esclarecimentos. Por meio de nota, a pasta informou que a apreensão de estudantes ocorreu após uma ação preventiva da Polícia Militar.

"Os pais dos estudantes envolvidos foram acionados pela direção escolar e a Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B, responsável pela coordenação da escola, acompanha o caso para prestar o apoio necessário", disse. 

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A situação é tão grave, que, durante a ida à escola, a equipe de reportagem encontrou uma porção de maconha em um vaso de plantas localizado ao lado da porta da diretoria. A direção foi informada e recolheu o material. 

Como foi a abordagem

De acordo com a Polícia Militar, uma viatura, que estava em patrulhamento na região, sentiu um forte odor de maconha vindo da escola. Os militares foram até o local e, segundo o boletim de ocorrência, após autorização da direção, revistaram os alunos. Com uma garota de 16 anos, os policiais encontraram um cigarro de maconha que estava próximo aos seus pés.

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Ela assumiu ser dona da droga e disse aos militares ser dependente química. A estudante disse ainda que faz o uso da droga há cerca de 8 meses e que tinha mais substância em sua casa. Os militares foram até a residência da garota e apreenderam os demais entorpecentes que foram entregues pelo pai.

A abordagem revoltou um grupo de estudantes, o que teria motivado o conflito com os militares. De acordo com a polícia, alguns dos alunos xingaram os policiais e arremessaram pedras. Os policiais fizeram o uso da força e também de spray de pimenta.  

Na confusão, um aluno de 18 anos, que, segundo a PM, estava exaltado, recebeu voz de prisão. Ele foi encaminhado até a viatura, mas fugiu e se escondeu dentro da escola.

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Os policiais voltaram à escola para tentar localizar o estudante, quando foram surpreendidos por alguns alunos que tentaram defendê-lo. Segundo o boletim de ocorrência, um dos militares pegou a arma na tentativa de conter a ação dos demais. O estudante foi localizado. O grupo foi detido e encaminhado para a delegacia da Polícia Civil. A ação foi acompanhada pelo vice-diretor da unidade de ensino.

O que diz a Polícia Militar

O tenente-coronel e chefe do centro de jornalismo da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Flávio Santiago afirma que a ação foi legítima e ocorreu de acordo com os procedimentos da instituição. 

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"Nós não permitiremos que nossas escolas, nossas crianças e nossos adolescentes sejam tomados pelo tráfico de drogas. Nós estamos mobilizados para que os jovens possam estudar sem ameaças do tráficos", justifica. 

Para o tenente-coronel, fatos como da Escola Estadual Vinicius de Moraes e outras abordagens policiais que também foram alvos de questionamentos não podem ser comparadas. Ele acredita  que não faltam treinamentos e que essas ações são minoria entre os atendimentos da instituição. "O policial é treinado para lidar com o estresse e as situações de abuso não passam impunes. A ação foi completamente dentro do previsto", afirma.

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