Uma organização criminosa com mais de 40 integrantes, envolvida em homicídios e tráfico de drogas, foi alvo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nessa terça-feira (11). Durante a terceira fase da operação Octopus, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e sete de prisão, em Belo Horizonte e no interior. A organização criminosa atua na região da Vila Pinho, no Barreiro.
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Durante a ação, um dos gerentes do grupo, de 35 anos, a última liderança que estava em liberdade, foi preso em casa. Os policiais ainda cumpriram mandado contra uma mulher, de 24 anos, esposa de um dos líderes e responsável pela contabilidade da organização. Uma segunda mulher, de 21, também companheira de um envolvido em destaque na hierarquia do grupo, foi presa. Quatro mandados foram cumpridos em unidades prisionais e outros quatro suspeitos continuam foragidos.
“A operação foi desenvolvida também no interior, dado que algumas das lideranças presas pelo Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) tiveram mandados de prisão reconfirmando a periculosidade deles, e confirmando que eles continuam, ainda que dentro das unidades prisionais, tentando coordenar ações criminosas aqui fora”, ressalta o delegado Domênico Rocha.
Ouça abaixo a Sonora da Coletiva
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Foto: Polícia Civil/Divulgação[/caption]
Conforme a chefe do DHPP, Letícia Gamboge, “após sequenciais ações, essa é a terceira fase da operação, que conseguiu prender todas as lideranças do tráfico de drogas e os principais mandantes de homicídios na região da Vila Pinho”. Ainda segundo Gamboge, as ações na localidade começaram em 2020.
Violência
Levantamentos apontam que o grupo investigado tinha o hábito de filmar agressões físicas e cortes de cabelo de mulheres e, posteriormente, compartilhar essas imagens em grupos de mensagens dos aglomerados para demonstrar o poder da facção. Segundo Domênico, em um dos casos, um homem estaria devendo drogas ao grupo e, por não pagar a dívida, foi amarrado a uma árvore e só não foi morto e esquartejado porque a polícia chegou ao local no momento da ação e o libertou.
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De acordo com o chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), Frederico Abelha, “essa organização criminosa é conhecida por ações bastante violentas, e os integrantes dela chegaram não só a mutilar rivais, como também expulsam moradores de suas residências para uso próprio e para o comércio de entorpecentes”.
O delegado Alexandre Fonseca conta que a presa de 21 anos, companheira do chefe do tráfico na Vila Formosa, “morava em um conjunto de prédios e o apartamento que ela estava ocupando era invadido; foi tomado do verdadeiro morador. Por ela ser a esposa do ‘patrão’, estava morando no imóvel”.
Alexandre ainda relata que, no momento da abordagem policial, a mulher foi flagrada tentando se livrar do celular. Por uma janela do apartamento, os policiais encontraram 24 pinos de cocaína, possivelmente, jogados no local para que a polícia não os encontrasse. A equipe ainda localizou no imóvel dinheiro, anotações contábeis referentes ao tráfico e documentos comprovando a ocupação ilegal de apartamentos.
Operação Octupus
“Essa nominação octupus é porque o objetivo da operação foi atingir todos os ‘tentáculos’ dessa organização criminosa, com atuação na região do Barreiro, na Vila Pinho, há vários anos”, explica Gamboge.
A operação contou com a presença do secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco, e do chefe da PCMG, Joaquim Francisco Neto e Silva. Participaram da ação 80 policiais civis do DHPP, do 10º Departamento de Polícia em Patos de Minas e do 11º Departamento de Polícia Civil em Montes Claros. Houve também o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Canil da PCMG e da Coordenação Aerotática (CAT).
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