Sete meses de atuação, nove pessoas presas, grande apreensão de cocaína e sequestros de bens móveis e imóveis de uma organização criminosa especializada em tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro. Esse é o balanço da operação Cáli, realizada por meio de ações integradas da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).A matéria continua após a publicidadeLink para baixar o aplicativoNesta quinta-feira (25), foi deflagrada mais uma fase da operação que resultou na prisão de cinco pessoas e no cumprimento de 20 de busca e apreensão, além do sequestro de 35 veículos, quatro motos aquáticas e sete imóveis pertencentes aos integrantes do grupo criminoso. As prisões foram de três homens, de 30, 37 e 44 anos, e duas mulheres, de 32 e 55. Ao todo, 66 medidas cautelares foram cumpridas em São Paulo – na capital e outras três cidades paulistas: Itapecerica da Serra, Taboão da Serra e Embu das Artes – e em Minas Gerais: Contagem, Esmeraldas e Mateus Leme.
[caption id="attachment_85072" align="alignnone" width="1200"]Foto: Polícia Civil/Divulgação[/caption]
Pela PCMG, o trabalho investigativo foi do Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC), com atuação junto ao Gaeco. Segundo o delegado do GCOC, Marcus Vinícius Lobo Leite, trata-se de investigação e repressão qualificada à organização criminosa, com ações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, em municípios de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Em linhas gerais, ele explica que o grupo adquiria cocaína em São Paulo e a droga era transportada em veículos de luxo. Chegando em Minas, era destinada para outro núcleo da organização, que vendia a substância em varejo nos aglomerados.
[caption id="attachment_85074" align="alignnone" width="1281"]Coletiva[/caption]
Coletiva de Imprensa"A organização criminosa era responsável pelo transporte e venda de centenas de quilos de pasta base de cocaína para cidades de Minas Gerais, principalmente Belo Horizonte e Região Metropolitana. Utilizava pessoas jurídicas, como uma autoescola, localizada na cidade de Embu das Artes (SP), e uma empresa de peças veiculares, em Contagem (MG), para ocultar ou dissimular a propriedade de veículos, motos aquáticas e imóveis provenientes do narcotráfico", detalha, considerando, ainda, que, na ação de hoje, as equipes da Polícia Civil e do Gaeco de São Paulo deram apoio no cumprimento dos mandados no estado paulista.
[caption id="attachment_85073" align="alignnone" width="1280"]Foto: Polícia Civil/Divulgação[/caption]
PrecedentesCáli faz referência ao Cartel de Cáli, um dos maiores cartéis de drogas do mundo, situado na região sul da Colômbia, ao redor da cidade de mesmo nome. De acordo com o delegado, "essa operação consistiu em quatro fases, possibilitando o desmembramento do grupo criminoso. Ao longo dos trabalhos, além das prisões, foram apreendidas cargas de cocaína pura, bens móveis e imóveis, atingindo o patrimônio dos investigados, que foi delimitado, identificado e sequestrado pela Justiça. E essa é a melhor forma de combater organizações criminosas", garante.Marcus Vinícius ele explica que, em agosto de 2020, um integrante do grupo foi preso em Santo Antônio do Amparo, região Oeste de Minas, e com ele foram apreendidos 20 quilos de cocaína e um veículo. Depois, ocorreu a prisão do quarto criminoso mais procurado do Brasil e a apreensão de um fuzil calibre 5.56. "Essa prisão foi feita pela PRF e, por meio da atuação integrada das instituições envolvidas, identificamos o link desse homem com a operação Cáli", pontua.Em outra fase da operação, no último mês de fevereiro, foi preso o líder da organização, apontado como o braço direito do grupo, ocasião em que foram apreendidos 45 quilos de pasta base de cocaína e dois veículos. "Essa pessoa mantinha estreito vínculo criminoso com o quarto homem mais procurado do país. Ele foi abordado pela equipe da Polícia Civil, com apoio da PRF", afirma o delegado ao considerar que "nessa atuação, o trabalho minucioso da PRF foi imprescindível".O agente Marcelo Silva Santana, chefe do Serviço de Operações da Superintendência da PRF em Minas, pontua sobre o dispositivo que a Polícia Rodoviária Federal utiliza para localizar drogas ocultas em compartimentos de veículos, nos quais são transportados objetos ilícitos, ressaltando, ainda, que "o trabalho de forma conjunta que culminou nas prisões é para o engrandecimento da segurança pública para Minas Gerais".ImpactosO promotor de Justiça Gabriel Pereira de Mendonça também frisa sobre o trabalho integrado. "Essa atuação conjunta das polícias com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) se mostra de extrema importância para desarticular organizações voltadas a esse tipo de crime e atingindo o patrimônio dos investigados".É nesse contexto que o delegado Marcus Vinícius orgulha-se do resultado de hoje. "Pelos diversos bens sequestrados, entre veículos de luxo e imóveis com cláusula de impedimento de venda, além das prisões, sendo duas em São Paulo e três em Minas, a lavagem de dinheiro é considerada uma das fases mais importantes. O combate da macrocriminalidade só é eficaz quando o patrimônio auferido com capital ilícito é sequestrado e colocado à disposição do Estado", destaca.Nesta fase da operação, participaram cinco delegados, três promotores e 80 policiais civis. Entre os policiais civis, estão integrantes dos Núcleos da PCMG junto ao Gaeco - de Ordem Econômica e Tributária, de Belo Horizonte e Contagem; do Patrimônio Público; e de Agentes Políticos.Siga-nos Também no Instagram:@destaknews
Siga o canal do Destak News e receba as principais notícias no seu Whatsapp!