Polícia Civil prende cantor Belo por show em escola pública estadual durante pandemia e apreende armas e R$ 40 mil em sua casa

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), por meio da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), prendeu o cantor Belo, nesta quarta-feira (17), durante a operação ”É o que eu mereço”. A ação foi em cumprimento de mandados de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização de um evento musical, em plena pandemia, no Ciep 326 – Professor César Pernetta, localizado na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, na última sexta-feira (12/02). Célio Caetano e Joaquim Henrique Marques Oliveira, sócios da produtora de eventos que organizou o show, também foram presos.      A matéria continua após a publicidade O evento musical começou na noite de sexta-feira e durou até a manhã do sábado (13/02). O show aconteceu em uma escola pública estadual, sem autorização da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), onde houve grande aglomeração de pessoas e risco de propagação e contaminação da Covid-19.  - Como se tal situação, por si só, não fosse absurda e suficiente para uma resposta do Estado, foi verificado junto à Seeduc que o evento ocorreu sem qualquer autorização, configurando verdadeiro esbulho/invasão de um prédio público para a realização de um evento privado, contrário ao interesse público e que serviu para propagar ainda mais a doença viral - frisa o titular da DCOD, delegado Gustavo de Mello de Castro. Segundo a DCOD, a invasão de um estabelecimento de ensino, localizado na comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do estado, onde uma das maiores organizações criminosas do Rio de Janeiro atua, somente poderia ocorrer com a autorização do chefe da localidade, que controla a região há anos e foi indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos bandidos mais procurados do Estado. [caption id="attachment_82476" align="alignnone" width="1024"] Prisão do cantor Belo nesta quarta-feira
Luciano Belford/Agencia O Dia[/caption]   - Verifica-se que o cenário desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o "evento contagioso" não foi autorizado pelo Estado, mas pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada - declara o delegado.  Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária e bloqueio das contas bancárias dos investigados até que se apure os prejuízos causados pela conduta criminosa.   Material foi encontrado durante deflagração da operação “É o que eu mereço” – que faz referência a uma música do artista A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu também nesta quarta-feira (17) armas, munição, cerca de R$ 40 mil em espécie e computadores na casa do cantor Belo, na Barra da Tijuca, zona Oeste da capital fluminense. O material foi encontrado durante deflagração da operação “É o que eu mereço” – que faz referência a uma música do artista – realizada por agentes da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD).  [caption id="attachment_82475" align="alignnone" width="931"] Foto: PCRJ/Divulgação[/caption]   Há, ainda, um mandado de prisão preventiva em aberto e cinco de busca e apreensão que foram realizados. Outras duas pessoas, os sócios da promotora de eventos que realizou uma festa com aglomeração e participação de Belo no Complexo da Maré na última sexta-feira (12), foram presas. Um suspeito, apontado como o chefe do tráfico na comunidade, está foragido. 
"A gente apreendeu na casa do Belo duas armas, cerca de R$ 40 mil em espécie, mais de 3,5 mil euros e US$ 1 mil. Ele possui as armas em casa que estão registradas, mas estamos checando, e ao que tudo indica, esses registros estão vencidos. A gente pediu, e a Justiça decretou o bloqueio das contas bancárias dos investigados", afirmou o delegado responsável pelo caso, Gustavo de Mello de Castro.    Em nota publicada nas redes sociais, a assessoria de imprensa de Belo afirmou que o cantor, a família e a equipe dele estão “surpresos e consternados” com a prisão preventiva.  "O show foi legalmente contratado pela produtora Série Gold, conforme comprovam notas fiscais e outros documentos já entregues às autoridades. O espanto se dá em razão da prisão ter ocorrido mesmo após parecer contrário do Ministério Público (MP) e também da falta de isonomia quando se trata de apresentações artísticas durante a pandemia da Covid-19, pela qual Belo teve a saúde acometida há três meses e a agenda cancelada integralmente há um ano”, diz parte do texto.  "Ecoando o questionamento feito ao longo do dia nas redes sociais, a equipe de Belo também se pergunta se a situação seria a mesma caso o show ocorresse em bairros da Zona Sul e com artistas de gêneros musicais menos negligenciados do que o pagode. Um exemplo dessa distinção é o fato de não haver registro de prisões na interdição de um baile de Carnaval”, conclui. 

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