As preces do pantaneiro a São Benedito e a São José se sucediam no ritmo do aumento do bafo da queimada que se aproximava. Entre uma oração e outra, ele viu o fogo dar trégua num dos lados e, no rumo das labaredas mais baixas, acelerou o carro na esperança de que por lá o foco fosse curto. Aproveitou a ajuda da Providência para escapar. Por horas, as chamas tomaram um vasto trecho da rodovia e de suas margens. “Mirei meu gado e esqueci de mim”, disse, à noite, com a cabeça no gado deixado para trás. Uma relação intensa, de homem e bichos, se rompera.
Bois correm para se proteger do fogo que avança na região da Transpantaneira Foto: Dida Sampaio/ Estadão
Jamil Costa, 71 anos, fazendeiro do Pantanal do Mato Grosso Foto: Dida Sampaio/ Estadão
Fogo dessa dimensão ninguém nunca viu. Uma seca igual a que estamos passando eu só vi nos anos 70. E agora veio a seca, o fogo e o vento
Jamil Costa, fazendeiro