Só serviços essenciais podem abrir a partir de segunda-feira (29) em Belo Horizonte

Trinta e três dias após iniciar o processo de flexibilização social, Belo Horizonte teve que recuar e determinar a adoção de medidas rígidas para conter o avanço da Covid-19. Nesta sexta-feira (26), o executivo ordenou que lojas que estavam autorizadas a funcionar voltem a fechar as portas a partir da próxima segunda-feira (29). Apenas os serviços essenciais ficam liberados. A explosão de casos, mortes e internações pelo novo coronavírus levou o Comitê de Enfrentamento à Covid a tomar a decisão. O anúncio foi feito pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) e pelos médicos que integram o comitê. “Estamos voltando para a fase zero do bloqueio da cidade. A partir de segunda-feira, nós só iremos manter os serviços essenciais como no início da pandemia”, determinou Kalil.   
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O chefe do executivo lamentou a situação, mas frisou que parte da população não fez o dever de casa, que era manter o distanciamento social e uso correto de máscara.  “Ninguém está mais triste, mais amolado e ninguém avisou tanto a população de Belo Horizonte que não eram férias e que todos nós deveríamos nos manter em casa, só fazer o essencial, o que não aconteceu. A lotação dos leitos de UTIs, que está com ocupação acima de 86%, e a alta na taxa de transmissão da Covid-19, que pela primeira vez ultrapassou 1,2, foram os dois indicadores que levaram BH a recuar e voltar à fase zero da flexibilização social. Desde que os serviços não essenciais foram autorizados a abrir, em 25 de maio, essa foi a única semana em que os dois índices atingiram o nível vermelho. Apenas a ocupação dos leitos de enfermaria, hoje em 69%, está no nível amarelo.  “Esse crescimento da taxa de ocupação de UTI nos levou à fase zero” explicou o secretário de saúde, Jackson Machado. O gestor também destacou a queda no isolamento social. Atualmente, 47% das pessoas permanecem em casa, quando o desejável é acima de 50%.  Além disso, o secretário comentou que o atendimento no Samu dobrou. Até semana passada, as ambulâncias transportavam 50 pacientes por dia. Agora, esse número saltou para 100. Com o fechamento das atividades não essenciais, o Comitê de Enfrentamento  à Covid quer evitar o colapso do sistema de saúde. O secretário de saúde avaliou que BH não precipitou ao autorizar duas fases da flexibilização, em maio e junho. “Nós não  erramos, os indicadores na época nos permitaram fazer isso”, disse.  Evolução dos casos  Em menos de cinco semanas, quando o afrouxamento do isolamento foi autorizado pela prefeitura, a cidade viu mais que dobrar os registros da doença. Hoje, a metrópole tem 4.868 infectados com 109 mortes. Em 25 de maio eram 1.402 casos e 42 óbitos. A explicação para o salto, conforme médicos que integram o comitê, é a maior circulação de pessoas nas ruas da cidade. Por isso foi preciso voltar atrás e diminuir o fluxo dos moradores, medida que vai expor menos a população ao vírus.  Quarentena O distanciamento social em BH foi recomendado em 18 de março e, dois dias depois, a prefeitura determinou o fechamento de todos os serviços considerados não essenciais. As lojas da capital permaneceram fechadas por 66 dias, quando em 25 de maio a metrópole deu início à primeira fase da flexibilização gradual do comércio. Salões de beleza, lojas de cosméticos, brinquedos, veículos automotores e até shoppings populares puderam reabrir as portas. Duas semanas depois, foi a vez de lojas de calçados, armas, acessórios e artesanatos receberem o aval do executivo para retomar o funcionamento. Com a segunda fase da flexibilização, 92% dos empregos da cidade ficaram ativos e 824 mil pessoas puderam circular pelo município.  Por causa do aumento expressivo de casos de Covid-19, no último dia 12 a prefeitura freou o afrouxamento e determinou que nenhuma outra atividade comercial fosse liberada para abertura. Com isso, bares, restaurantes, academias e clubes permaneceram impedidos de reabrir. Evolução da flexibilização Atividades e serviços que nunca fecharam e continuam liberadas: * Hospitais * Farmácia * Hipermercado e supermercado * Armazém, mercearia e padaria * Sacolão e hortifruti * Açougue * Posto de combustíveis * Óticas * Lojas de material de construção * Agências bancárias * Lotéricas * Agências dos correios.   NÃO PODEM ABRIR MAIS A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA(29)
Lojas que haviam sido autorizadas a abrir no dia 25 de maio: * Artigos de bomboniere * Artigos de iluminação * Artigos de cama, mesa e banho * Utensílios, móveis e equipamentos domésticos * Tecidos e armarinho * Artigos de tapeçaria * Produtos de limpeza * Artigos de papelaria, livraria e fotográficos * Brinquedos e artigos recreativos, bicicletas e triciclos, peças e acessórios * Cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal * Veículos automotores, independentemente do tipo de acesso * Peças e acessórios para veículos automotores (pneumáticos e câmaras-de-ar) * Comércio atacadista da cadeia de comércio varejista da fase 1 * Cabeleireiros, manicure e pedicure * Centros de comércio popular instituídos a qualquer tempo por operações urbanas visando a inclusão produtiva de camelôs, desde que localizados no hipercentro ou em Venda Nova Lojas que puderam reabrir em 8 de junho: * Artigos e equipamentos esportivos * Artigos de uso pessoal (inclui calçados, joalheria, relojoaria, suvenires, bijuterias e artesanatos e artigos de viagem) * Artigos e alimentos para animais * Artigos usados de atividades autorizadas a funcionar * Bebidas, exceto para consumo no local * Tabacaria, exceto para consumo no local * Embalagens em geral * Instrumentos musicais e acessórios * Lubrificantes * Objetos de arte e decoração * Plantas e flores naturais * Armas e munições * Comércio atacadista da cadeia de comércio varejista da fase 2

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