Dias Toffoli ignorou alerta de Sergio Moro sobre a soltura de presos perigosos

Dias Toffoli simplesmente ignorou, até aqui, um ofício enviado a ele por Sergio Moro no último dia 8, com o alerta sobre a possibilidade da soltura de presos perigosos durante a pandemia do novo coronavírus.

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O líder do PCC no Paraná, o narcotraficante Valacir de Alencar, foi beneficiado com o regime de prisão domiciliar. Ao deixar a cadeia, rompeu a tornozeleira e desapareceu, Infelizmente, é só um exemplo.
 

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No documento que chegou ao presidente do STF 14 dias atrás — e que não foi respondido –, Moro expressou preocupação com a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por Toffoli, para diminuir o fluxo de ingresso no sistema prisional no momento atual.
“Têm surgido relatos provenientes especialmente das Secretarias de Segurança Pública e das Secretarias de Administração Penitenciária de que, na aplicação da recomendação, alguns presos de elevada periculosidade estariam sendo colocados em liberdade”, dizia o ministro em trecho do documento.

E mais:

“Tal medida, certamente indesejada pelo CNJ, tem o potencial de colocar em risco à segurança pública, inclusive o patrimônio e a vida da população.”
Na ocasião, Moro sugeriu a Toffoli a inclusão de um dispositivo na resolução com a intenção de evitar a soltura ou a colocação em regime domiciliar de presos perigosos. O ministro do STF, porém, não se mexeu.
O Podemos, por meio do líder do partido na Câmara, Léo Moraes, entrou com uma ação no STF, para tentar derrubar a tal resolução do CNJ. O relator, ministro Marco Aurélio Mello, ainda não decidiu.
“O STF precisa se manifestar a respeito. O episódio do líder do PCC no Paraná é um caso confirmado, mas ninguém tem dados sobre quantos outros casos de fuga já aconteceram desde a orientação do CNJ. É um equívoco o relaxamento dessas prisões, coloca o país em risco”, afirmou Moraes.
No início deste mês, a bancada do Novo na Câmara e os deputados Paulo Eduardo Martins (PSC) e Santini (PTB) apresentaram um projeto de decreto legislativo na Câmara igualmente questionando a recomendação do CNJ. Também não há nenhum retorno ainda.

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