
- 04/05/2025 - Itapecerica/MG
O processo de impeachment do governador Fernando Pimentel (PT) só vai prosperar se, em um prazo de uma semana, ele não conseguir reverter a insatisfação de grande parte dos deputados estaduais. Essa insatisfação estava adormecida, mas veio à tona quando o governador ignorou o principal e mais poderoso aliado: o MDB.
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Os emedebistas mandaram sinais e vários recados. Mas Pimentel não os ouviu. A ideia de aprovar a abertura de impeachment contra o governador partiu do MDB, capitaneado pelo presidente da Assembleia Adalclever Lopes. A gota d’água no mal-estar foram dois fatos: o lançamento da pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) ao Senado, quando o próprio Adalclever queria ser o único candidato da situação, e a possível indicação do ex-secretário Odair Cunha para a vaga oriunda da morte de Adriene Andrade no Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Adalclever teve como sustentação os deputados insatisfeitos com as constantes queixas dos prefeitos mineiros. Este é um ano eleitoral. Todos na política sabem que deputado ganha voto com prefeito satisfeito. Prefeito só fica satisfeito com dinheiro em caixa para pagar funcionalismo e investir. O problema é que Pimentel atrasa constantemente repasses aos municípios. O assunto foi parar até na Justiça. São mais de 160 prefeitos com ações contra o Estado.
O que está em jogo para o governador é, além do mandato, a reeleição. O MDB é o maior partido aliado. Se ele, fica complicadíssima a situação eleitoral do petista.
O que irá definir o futuro do governador são os fatos que ocorrerão até a próxima quinta-feira. Primeira pergunta: como reagiu o meio político mineiro com o anúncio da abertura do processo de impedimento? Depois, as atenções voltam-se para a próxima terça-feira. O MDB decide no 1º de maio se lança candidatura própria ao governo de Minas. E o nome é o de Adalclever. Se as centenas de delegados escolherem o caminho solo, Pimentel pode colocar as barbas de molho. Nesse caso, certamente o processo de impeachment prosseguirá. A menos que o petista decida não disputar a reeleição e apoiar o MDB. Aí, o assunto morre. Tem ainda a possibilidade de Pimentel ceder aos anseios emedebistas. O desfecho ficará para a reunião do Colégio de Líderes, marcada para a próxima quinta-feira. Na ocasião, os líderes baterão o martelo acerca do futuro da gestão petista.

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